Você se sente seguro para sair atrás do bloquinho, encarando multidões, como se nada tivesse acontecido no mundo nos últimos dois anos? Acha que o Brasil deveria realizar o Carnaval 2022 sem que a pandemia tenha efetivamente acabado?
Não se baseie pela opinião de algumas das nossas “autoridades”, muito menos da grande mídia que o aterrorizou nos últimos meses com imagens de caixões empilhados, covas, números alarmantes e trabalhadores sendo espancados ou presos por desrespeitarem o isolamento.
Mas, decida se vai ou não participar da festa avaliando todas as experiências vividas desde que fomos apresentados à covid-19, em janeiro de 2020.
Aliás, nessa ocasião o mundo já velava os seus mortos, enquanto os brasileiros se esbaldavam nos blocos, nos camarotes e nas passarelas do samba, como se não houvesse amanhã.
Só que ele veio – e rápido.
Todos sentiram os efeitos. Muitos perderam entes queridos, enfrentaram longas batalhas em hospitais, milhares ficaram sem trabalho, sem moradia e outros tantos estão sem comida na mesa até agora.
A vacinação foi a promessa de recuperar a “vida normal”. Depois, descobrimos que as vacinas não impedem a contaminação, muito menos a transmissão do vírus. Apenas reduzem as taxas de internação e de mortes, o que não deixa de ser um grande avanço.
O Brasil nesta sexta-feira (19) alcançou o número de 300 milhões de vacinados, segundo o governo federal. A pandemia aparenta estar sob controle com hospitais mais vazios e menos mortes. Não é o que ocorre em outros países, especialmente na Rússia e na Europa, que recomeçam seus isolamentos e avaliam riscos.
Vale lembrar que nossas fronteiras estão abertas e muitos estrangeiros também passam o Carnaval no Brasil, o que pode provocar contaminação.
Os mesmos que nos trancaram em casa, hoje exigem passaporte de vacina e até demitem os não vacinados, começam a fechar patrocínios milionários para promover a maior aglomeração do planeta.
“Não posso proibir ninguém de sair na rua”, disse o prefeito Alexandre Kalil, de Belo Horizonte, quando foi questionado esta semana sobre o Carnaval na cidade. Tem certa, sr Kalil?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda o Carnaval e muitos médicos dizem que os grandes eventos devem ser retomados com responsabilidade, lembrando que os protocolos sanitários devem ser ainda respeitados.
Alguns prefeitos já cancelaram a festa. Mas, nas grandes capitais a situação ainda é uma incógnita – e uma decisão política, como tudo o que se refere a essa pandemia.
Cabe, agora, a cada um decidir por sua própria saúde e a de seus filhos ou familiares. Não dá para fingir que não existem riscos.
Ninguém é contra o Carnaval, mas precisamos, agora, escolher com consciência, algo que falta à maioria dos que comandam as políticas públicas neste país.
Afinal, eles choram as mortes de acordo com suas conveniências. E a hipocrisia dessa gente não tem limites!!