Quase um ano e meio após o início da pandemia, cientistas britânicos alertam que as pessoas precisarão aprender a conviver com o vírus, mesmo que cause centenas de mortes por dia. Simplesmente porque ele não vai sumir.
Essas declarações foram dadas ao jornal Daily Mail em meio à polêmica no país sobre o adiamento do fim do lockdown para 19 de julho.
A suspensão das medidas de restrições estava marcada para o dia 21 deste mês, o tão esperado Freedom Day, mas o aumento de casos provocado pela variante indiana fez com que o governo esperasse mais quatro semanas.
Especialistas acreditam ser “impossível atingir zero mortes por covid”. E que o foco deveria ser reduzi-las a níveis comparáveis aos da gripe, que pode matar até 50 mil pessoas por ano na Inglaterra.
O primeiro-ministro, Boris Johnson, e as principais autoridades de saúde do país passaram as últimas 24 horas defendendo a mesma tese de que “teremos de aprender a viver com a covid”.
O professor Karol Sikora, especialista em medicina da Universidade de Buckingham, disse que “todas as mortes são muito perturbadoras, mas é importante encararmos a covid como outros vírus, porque isso se tornará uma característica normal na sociedade.”
E acrescentou:
“Devemos considerar um sucesso se reduzirmos as vítimas fatais comparáveis às mortes por gripe todos os anos. Nunca alcançaremos Covid zero.”
Para Raghib Ali, epidemiologista da Universidade de Cambridge, se a maioria da população estiver vacinada até dia 19 de julho “prolongar as restrições não adianta muito”.
Indagado sobre qual seria um número aceitável de mortes por covid, ele disse que “o governo tolera números de até 50 mil pessoas por ano”, mortas pelo vírus influenza.
Em recentes entrevistas a rádios britânicas, o ministro de gabinete Michael Grove também reforça a tese de que “teremos que aprender a conviver com a covid.
“Temos de aceitar que este vírus vai circular e, infelizmente, nos próximos invernos pessoas irão contrai-lo, ou as variantes que surgirem, e vão adoecer”.
Será que finalmente a ciência (e não os que se apropriam dela) irá prevalecer?
Afinal, se existem vacinas não faz sentido manter o mundo trancado!