O governador da Flórida, Ron DeSantis, disse que Anthony Fauci, o diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID), deveria ser “investigado”.
A declaração foi dada em meio a relatos de que a agência conduziu pesquisas de “ganho de função” em vírus no laboratório de Wuhan.
Essas pesquisas se referem a experiências para alterar um organismo, como uma bactéria ou vírus, que aumenta a patogênese, transmissibilidade ou gama de hospedeiros.
Diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas e médico dos Institutos Nacionais de Saúde por mais de 50 anos, Anthony Fauci trabalhou sob a administração de seis presidentes do país, incluindo Donald Trump, antes de se tornar conhecido mundo afora pela pandemia.
Hoje é o principal conselheiro de saúde do presidente Joe Biden. Nos últimos dias, o seu nome ganhou força no noticiário pela divulgação de mais de 3,2 mil e-mails que ele trocou com inúmeras pessoas em 2020 sobre questões envolvendo a pandemia.
“Acho que o papel dele com essa pesquisa de ganho de função é algo que precisa ser totalmente investigado e verificado para saber quanto dinheiro dos EUA ele ou qualquer um de seus colegas pode ter enviado para este laboratório de Wuhan”, disse o governador ao Breitbart News.
DiSantis afirmou ainda que Fauci forneceu informações confusas ou contraditórias em público durante 2020.
A agência de Fauci disse que os Institutos Nacionais de Saúde (NIH), de fato, deram algum financiamento para o laboratório de Wuhan, único centro de pesquisa de nível P4 na China.
Mas, o próprio Fauci em recente audiência no Congresso negou que o financiamento fosse para pesquisas de ganho de função.
Já em relação aos e-mails, eles foram obtidos por meio de um pedido da Freedom of Information Act (FOIA) e publicados pelo BuzzFeed e Washington Post.
Os conteúdos mais polêmicos estão relacionados a informações dadas a Fauci sobre a possibilidade de o covid-19 ter como origem o laboratório de virologia de Wuhan. Há até um e-mail dando o passo a passo, em linguagem científica, de como o vírus foi criado.
‘NÃO FUI ANTI TRUMP’
Entrevistado nesta quarta-feira (2) pela emissora MSNBC, Fauci atribui as críticas que vem sofrendo a uma visão equivocada dos apoiadores do ex-presidente Donald Trump”:
“Não há dúvida de que algumas pessoas se ressentem comigo pelo que fiz na última administração. Não era nada anti Trump, mas apenas tentei obter informações certas. O que eles não pareciam entender – acho que é compreensível que não entendessem – que a ciência é um processo dinâmico.”
E explicou:
“Então, algo que você sabe em janeiro – você faz uma recomendação ou um comentário sobre isso. Mas, à medida que você obtém mais e mais informações, elas o levam a mudar. Isso é ciência, um processo de autocorreção.”
Perguntado sobre a divulgação das milhares de páginas de e-mails, respondeu:
“Se olhar meus e-mails, verá que nunca disse algo depreciativo sobre o presidente Trump.”
Esse caso promete polêmica, porque o farto material divulgado vai muito além de posições políticas envolvendo Donald Trump.