Com mais da metade da população do planeta isolada, aviões no chão, fronteiras fechadas e todos os modelos de negócios paralisados, máscaras descartáveis de proteção valem ouro. E os países as estão disputando freneticamente.
São desviadas, confiscadas por governos e disputadas quase que a tapa. Quem pode mais, paga mais e chora menos nesta guerra das máscaras.
A França denunciou esta semana que os Estados Unidos estão comprando carregamentos de máscaras, já vendidas à Europa, nas pistas dos aeroportos chineses por preços que chegam até quatro vezes mais altos. Os EUA negam a prática.
O Brasil enfrenta o mesmo problema, segundo o Ministério da Saúde. A remessa de máscaras da China que viria para os profissionais de saúde daqui foi parar nas mãos dos americanos. E o produto desapareceu das farmácias do país.
Segundo a revista francesa L´Express, no dia 5 de março a França confiscou 4 milhões de máscaras da empresa sueca Mölnlycke, em Lyon.
Diz a empresa que o material deveria ter ido para a Itália e a Espanha, que já enfrentavam o crescimento da pandemia.
“Essa situação transformou os países em beligerantes e à beira de um conflito político, econômico e diplomático”, afirma a revista.
Outros governos europeus também entraram nessa guerra. No final de março, quando a Itália estava no auge do surto, com 800 mortos em 24 horas, 680 mil máscaras e respiradores, enviados da China, foram desviados para a República Tcheca.
A informação, desmentida de início pelo governo tcheco, acabou sendo confirmada pelo mesmo diante da tamanha repercussão. Era, de fato, um carregamento da Cruz Vermelha para a Itália.
Diante da escassez e da super valorização, o ministro da Saúde, Henrique Mandetta, recomenda aos brasileiros que façam máscaras caseiras de tecido.
O look com máscara de Adriane Galisteu no Instagram |
Muita gente, em quarentena e sem dinheiro, já começa a vender o produto, em diversas cores e tecidos, pelas mídias sociais. Tem tutorial no YouTube. Celebridades internacionais e nacionais postam suas fotos devidamente protegidas.