Os brasileiros acordaram nesta quinta-feira, 7, com uma cena inédita: o conceituado jornalista Augusto Nunes dando uns tapas no americano Gleen Greenwald, ao vivo, em plena gravação do programa Pânico, na Jovem Pan.
Em segundos, as imagens viralizaram na internet e boa parte dos internautas se solidarizou com Nunes. E até agora é um dos assuntos mais comentados do Twitter.
São fatos inusitados na história da imprensa brasileira, que vive a sua pior fase. Não me lembro de ter visto jornalistas saindo no tapa ao vivo.
Claro que ninguém aqui vai fazer apologia a qualquer tipo de agressão. Mas que Gleenwald mereceu as palmadas, ah… isso mereceu mesmo! Ele chamou Nunes de covarde várias vezes. Estavam lado a lado.
“Eu tinha duas opções: ou reagir com altivez ou engolir o insulto. Não tive alternativa. O agredido fui eu. Reagi a uma agressão. Me sinto completamente tranquilo. Saí de lá em paz comigo mesmo. Não havia o que fazer”, disse ele à Folha.
Diante da saia justíssima, a Jovem Pan emitiu uma nota em que se diz “defensora dos princípios democráticos, do pluralismo de ideias e da liberdade de expressão”.
A emissora diz ainda que “a liberdade de expressão e crítica concedida a seus comentaristas e convidados, contudo, não se estende a nenhum tipo de ofensas e agressões”. A Jovem Pan termina o texto, pedindo desculpas “aos ouvintes, espectadores e convidados, inclusive a Gleen Greenwald.
O fato é que, em nome da liberdade de expressão, fatos bizarros acontecem todos os dias, a cada segundo. Essa tal liberdade, porém, deve ser praticada por todos, principalmente por aqueles que se sentem no direito de ofender o Judiciário do país e as vozes que o representam com legitimidade.
O americano, que vazou mensagens roubadas das principais autoridades da República para tentar destruir a Lava-Jato, passou os últimos seis meses chamando o ministro Sergio Moro de “chefe de quadrilha” e ofendendo o procurador Dalton Dellagnol, os dois maiores alvos de seu falso jornalismo.
Foi ao Congresso e esculhambou a República com frases agressivas e irônicas. Ganhou “foro privilegiado” de Gilmar Mendes para não ser investigado dos crimes que cometeu. Deu palestras em que ofendeu com veemência o ministro Sergio Moro, a figura mais popular do Brasil. É esta a liberdade de expressão?
Aí, chegou à rádio e xingou no ar Augusto Nunes de covarde. Esperava o quê? Ganhar um abraço e um muito obrigado de um dos jornalistas mais experientes, críticos e imparciais que temos atualmente?
Greenwald é uma pessoa tóxica, nada confiável e que espalha conflitos por onde passa. Basta ler um pouco sobre sua biografia. Nos Estados Unidos, seu país de origem, não tem a mínima credibilidade, nem mesmo da chamada ala progressista.
Aqui, na ilha da fantasia, extrapolou todos os limites do tolerável com sua intromissão em assuntos de Estado, que não lhe dizem o mínimo respeito.
Tripudiou da imprensa séria e ética com seu jornalismo marrom. Fala o que bem quer, de quem quer e até agora não lhe aconteceu nada.
O tapa de Augusto Nunes tem um forte simbolismo: a paciência dos brasileiros está chegando ao fim. Não aguentamos mais ser insultados.
Aos que o defendem, só tenho a lamentar. À produção da Jovem Pan, fica o aprendizado: querer alavancar a audiência, criando situações desnecessárias, traz o efeito contrário. Ou seja: repercussão negativa, além de expor seus profissionais.
Os ouvintes e espectadores merecem desculpas, sim, inclusive de Greenwald. Ele já nos ofendeu demais!
A Augusto Nunes, a minha solidariedade porque conheço bem o seu trabalho e o seu caráter. Jamais levaria esse tamanho desaforo para casa.