O MUNDO ESTÁ DE OLHO NAS ELEIÇÕES 2018: MENOS BAIXARIA, POR FAVOR!

   

    Quem nessa reta final da campanha presidencial não está com os nervos à flor da pele e interagindo (contra ou a favor de um dos dois candidatos) nas redes sociais? Pois saiba que toda essa atenção não é um comportamento apenas dos brasileiros.


    Vários países acompanham atentamente os bastidores da nossa política, onde não falta adrenalina. Estive na Argentina na semana passada e a pergunta que mais me fizeram foi sobre as eleições e as inúmeras informações (muitas delas falsas) que estão sendo compartilhadas mundo afora.


   Um executivo interrompeu um almoço de negócios, em um hotel cinco estrelas, para saber se era mesmo verdade que Jair Bolsonaro iria perseguir e matar os gays brasileiros, além de fechar o cerco contra as mulheres.


   A temperatura subiu entre os participantes do almoço porque uns eram favoráveis a Bolsonaro e outros a Haddad. A conversa acabou em ideologia de gênero e criou-se um certo clima à mesa.


  Uma amiga, que estava em Mônaco, na Riviera Francesa, também me contou que o assunto recorrente no principado foram as eleições. Todos querendo saber se o Brasil será novamente uma ditadura e quem será o novo presidente do país. 


   Difícil explicar esse quadro para os estrangeiros. Eles estão lendo tantas notícias – algumas surreais –  que não sabem em quem acreditar. Se nós, que conhecemos tão bem este país, ficamos em dúvida, os gringos piram.

  Porém, os argentinos sabem exatamente o que estamos passando, porque viveram situação semelhante, embora nada se compare ao que vem acontecendo aqui nos últimos anos. A ex-presidente Cristina Kirchner está sendo investigada por corrupção e o atual presidente, Mauricio Macri (de centro direita), ainda não conseguiu colocar o país em ordem. Os argentinos enfrentam uma inflação de 42% ao ano. E o que é pior: o país continua polarizado entre os defensores de ambos. Ele foi eleito em 2015.

  O Brasil vive uma crise moral, econômica e política sem precedentes. Há inúmeros políticos na cadeia. A Lava-Jato é sucesso internacional por ter desvendado o maior processo de corrupção na história do capitalismo. E no último domingo, dia 21 de outubro, as ruas das principais cidades brasileiras foram tomadas por multidões vestidas de verde e amarelo em apoio a Bolsonaro.


  As mídias sociais mudaram completamente as regras do jogo e estão tendo um papel decisivo na corrida presidencial. Com a mesma velocidade com que se propaga uma notícia falsa, ela é desmentida. O que é verdade? O que é mentira? Ninguém sabe mais. E muitos estão entrando com processos criminais por calúnia e difamação. Nessa reta final, as acusações extrapolam a política e entram no campo pessoal. 


   Os destaques desta terça-feira, dia 23, foram as declarações de Fernando Haddad, do PT, de que o general Mourão, vice na chapa de Bolsonaro, teria torturado o cantor Geraldo Azevedo durante a ditadura. Horas depois, descobriu-se que o general tinha apenas 16 anos na época. O cantor pediu desculpas ao general que, por sua vez, gravou um vídeo dizendo que vai processar os dois.


  No final da tarde, outra notícia mobilizou a internet: vazou um suposto vídeo do candidato ao governo de São Paulo, João Doria, em uma (também suposta) orgia com cinco mulheres. Doria gravou um vídeo ao lado da mulher, a artista plástica Bia Dória, desmentindo a informação.


   O Brasil precisa disso?
  
   É claro que não. Essa baixaria virtual e verbal atiça a curiosidade do mundo, provoca discussões inúteis entre as pessoas e expõe ainda mais as mazelas de um país movido ao ódio. 


  Os brasileiros devem expressar suas opiniões nas urnas – e não sair disparando fake news pelas mídias sociais, especialmente aquelas que tentam atingir as famílias e a honra das pessoas. E os candidatos também precisam ter em mente que todas suas declarações podem ser utilizadas de forma indevida. Então, pensem no peso de suas palavras. E falem com moderação.


 Não serão essas atitudes extremistas que irão virar o jogo. O Brasil que a gente quer é livre, leve, solto e mais bem educado!


#eleições2018