IMPRENSA INTERNACIONAL ALERTA TURISTAS SOBRE OS PERIGOS DO RIO NAS OLIMPÍADAS

 

   A duas semanas da abertura dos Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro, sites internacionais de viagens produzem
matérias para orientar o visitante a se manter seguro na cidade maravilhosa, ou melhor, perigosa.  E alguns não economizam nos alertas, como se
estivessem falando a um turista prestes a desembarcar em uma zona de guerra.



   Alguns dos principais jornais do mundo também demonstram sua preocupação em relação à falta de infraestrutura para a realização de um evento desse porte no Rio de Janeiro. Um dos colunistas do The Washington Post escreveu que, se acontecer alguma tragédia, a responsabilidade será inteiramente do COI (Comitê Olímpico Internacional).


 O site
World Nomads, em sua seção sobre viagens seguras, abre o texto com um vídeo,
classificado pelo editor, Phil Silvester, como chocante. Nem vou reproduzir o vídeo nesse post, porque as cenas de um arrastão, infelizmente, são rotina para nós.


 Silvester explica que essas
imagens foram feitas antes da Copa do Mundo, no Rio, em 2014. O título do post é Rio Street Crime – tips  for visitors
 (Crimes de rua no Rio, dicas para visitantes).
 “As imagens mostram uma gangue
vinda da favela para assaltar em uma movimentada rua de comércio”, diz o editor.
E prossegue: 

 “Descaradamente arrancam joias do pescoço das pessoas, roubam celular,
players de música e fone de ouvido, tentando ainda rasgar mochilas dos ombros
dos transeuntes
”.

  
 Para ele, “a coisa
mais chocante é que ninguém tenta impedi-los, embora alguém pudesse dar-lhes um bom
soco na cara ou um policial sacar sua arma”. Ele diz ainda que “os cariocas
parecem aceitar a situação como normal ou pelo menos eles percebem que não há
nada o que possam fazer sobre isso.”
 

O mapa publicado pelo World Nomad                    Foto reprodução

 A partir dessas
observações e do vídeo – que realmente assusta qualquer um que venha de um país mais civilizado -, o site dá as
dicas de como evitar crimes nas ruas do Rio de Janeiro.

    1) O centro da cidade é apenas um dos muito lugares
onde simplesmente é melhor não ir. Há muitos locais perigosos no Rio, mas este
é um dos mais notórios. Pergunte ao seu hotel sobre os lugares que devem ser
evitados e compartilhe em segurança seus planos de passeios turísticos
para ter certeza de que não irá a uma área problemática.
    2) Não use joias. Você já viu no vídeo quantas
correntes e colares a quadrilha levou. Não seja mais um alvo. Esconda celular e
câmera fotográfica. E esqueça de ouvir música, porque os fones de ouvido
brancos mostram que você tem algum gadget na bolsa.

     3) E se você resistir? Provavelmente poderá viver
uma situação desagradável. Lembre-se que a maioria dos habitantes não fez nada.
Alguns entregaram seus objetos de valor para não correr riscos ou sofrer lesões.
A esta altura, o
turista já deve estar sentindo frio na barriga e pensando duas vezes se vai
valer a pena encarar a violência urbana em nome do esporte olímpico.

 O site vai
além e aconselha-o a fazer seguro c
ontra roubo, mantendo recibos de compra dos
produtos que devem ser apresentados como prova em um eventual boletim de
ocorrência.
 E também a vir com um
seguro saúde “para cobrir despesas médicas decorrentes de um incidente em que
você seja ferido.” É alarmante!
  Mas é assim que o Brasil, e especialmente a
cidade sede das Olimpíadas, são vistos hoje no exterior. Cerca de 20 mil norte-americanos já desistiram da viagem. Eles estão errados?
 Claro que não. É impossível maquiar a realidade, muito menos dizer que há exagero ou ainda que
essas informações sejam falsas para denegrir a imagem do país.
   
 O Brasil se candidatou a ser sede de mega eventos internacionais, que poderiam ser
maravilhosos e positivos, se antes tivesse arrumado a própria casa para receber visitantes
do mundo inteiro.

  Mas, as
Olimpíadas acontecem no lugar e no momento errado. Porque o clima aqui é de
instabilidade política, econômica e social – o que inclui o aumento da
criminalidade.

 E, como se não bastasse, ainda há ameaças de atentados terroristas, conforme alertaram os serviços de inteligência internacionais -um quadro muito mais complicado do que na Copa, há dois anos.

  É bom lembrar que as dicas para os
visitantes estrangeiros valem também para os brasileiros que irão aos jogos.
 Como aconselha o site, “é melhor não correr riscos”.
 Nós, os anfitriões, também sentimos muito medo!