Uma forte tempestade solar pode causar interferências na Terra neste final de semana, resultando em aurora boreal nos Estados Unidos, além de interrupção na energia e nas comunicações. O alerta veio da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), depois que uma tempestade geomagnética atingiu o planeta na tarde desta sexta-feira (10), horas antes do previsto. Os efeitos podem se estender até a próxima semana.
O orgão alertou os operadores de usinas de energia e espaçonaves em órbita para tomarem precauções, bem como a Agência Federal de Gerenciamento de Emergências.
A tempestade pode produzir luzes do norte no extremo sul dos EUA, no Alabama e no norte da Califórnia. Porém, os especialistas ressaltam que não serão aquelas coloridas normalmente vistas no norte, mas sim salpicos de tons esverdeados.
Ainda segundo os especialistas, as melhores visualizações da aurora podem vir das câmeras dos telefones, que são melhores na captura de luz do que a olho nu. “Tire uma foto do céu e poderá ter um pequeno presente para você”, disse Mike Bettwy, chefe de operações do centro de previsões.
A tempestade solar mais intensa registrada na história, em 1859, provocou auroras na América Central e possivelmente até no Havaí.
A atual tempestade, classificada como 4 numa escala de 1 a 5, representa um risco para as linhas de transmissão de alta tensão das redes elétricas, e não para as linhas elétricas normalmente usadas nas casas das pessoas. Os satélites também correm risco de ser afetados, interferindo nos serviços de navegação e comunicação da Terra.
GRANDES EXPLOSÕES
O sol produziu fortes explosões solares desde a última quarta-feira (8), resultando em pelo menos sete explosões de plasma. Cada erupção – conhecida como ejeção de massa coronal – pode conter bilhões de toneladas de plasma e campo magnético da atmosfera externa do Sol, ou coroa.
As explosões parecem estar associadas a uma mancha solar que tem 16 vezes o diâmetro da Terra, de acordo com a NOAA. Tudo faz parte da atividade solar que aumenta à medida que o Sol se aproxima do pico do seu ciclo de 11 anos.
Segundo a NASA, a tempestade não representa ameaça séria para os sete astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional. A maior preocupação é com o aumento dos níveis de radiação, mas a tripulação poderia se deslocar para uma parte mais protegida da estação, se necessário.
O aumento da radiação também pode ameaçar alguns dos satélites científicos da NASA. Instrumentos extremamente sensíveis serão desligados. Várias naves espaciais focadas no Sol estão monitorando toda a ação.