Será que o que presenciamos nesta sexta-feira, 19 de julho de 2024, foi uma pequena amostra do que nos aguarda em um futuro não muito distante? O fato é que houve, sim, um apagão cibernético, que chacoalhou a rotina de boa parte do planeta.
Foram afetados sistemas de computadores em todo o mundo, impactando companhias aéreas, hospitais, varejistas, bancos e empresas em geral. Isso nos mostra que o mundo conectado é frágil uma vez que os problemas em empresas de tecnologia provocam efeito dominó em centenas de outros setores.
O que aconteceu, afinal?
O problema foi causado quando uma atualização do sistema da empresa de segurança cibernética CrowdStrike fez com que os sistemas da Microsoft entrassem em “tela azul” e travassem completamente.
O software problemático foi enviado automaticamente aos clientes da CrowdStrike durante a noite, e é por isso que muitos foram afetados no início do expediente nesta manhã ao acionarem seus computadores. Milhares de computadores não puderam ser reiniciados.
“A CrowdStrike está trabalhando ativamente com os clientes afetados por uma falha encontrada em uma atualização de conteúdo dos usuários do Windows (…) não é um incidente de segurança ou um ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi aplicada”, publicou George Kurtz, CEO da CrowdStrike nas redes sociais X e LinkedIn.
Depois que assumiu a responsabilidade pelo apagão, as ações da CrowdStrike, negociadas em Nova York, caíram 14%. A perda em valor de mercado chegou a US$ 11,6 bilhões.
O caos na Europa foi maior do que na América do Norte e na América Latina. No Reino Unido, houve interrupções em empresas, postos de saúde e farmácias. Os aeroportos também ficaram tumultuados, com longas filas provocadas por atrasos e cancelamentos de voos.
Nos Estados Unidos, companhias aéreas cancelaram centenas de voos, enquanto as emissoras Sky News, do Reino Unido, e a ABC, da Austrália, ficaram fora do ar.
No Brasil, houve relatos de interrupção em alguns aplicativos de bancos. O Bradesco informou que seus canais digitais foram afetados, mas os terminais físicos de autoatendimento seguiam operando.
No início da manhã, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o apagão não atingiu os sistemas de aviação brasileira, que estavam operando normalmente.