O Tik Tok estaria planejando o seu fechamento total até o próximo domingo (19), quando entra em vigor a lei que exige a proibição ou venda nos Estados Unidos.
Até agora ninguém ainda sabia ao certo o iria acontecer. Mas, nesta sexta-feira (17) a Suprema Corte dos EUA confirmou por unanimidade dos nove juízes a lei que força a venda do TikTok da empresa estatal chinesa, a ByteDance, sediada em Pequim.
“Não há dúvida de que, para mais de 170 milhões de americanos, o TikTok oferece uma saída distinta e expansiva para expressão, meios de engajamento e fonte de comunidade”, dizia a parte principal da opinião não assinada.
“Mas o Congresso determinou que o desinvestimento é necessário para abordar suas preocupações de segurança nacional bem fundamentadas em relação às práticas de coleta de dados do TikTok e ao relacionamento com um adversário estrangeiro”, disse o tribunal.
Segundo o jornal The New York Post, os usuários norte-americanos do aplicativo de compartilhamento de vídeos curtos receberão uma mensagem direcionando-os para um site com detalhes sobre a proibição. Eles também poderão baixar seus dados, afirmam fontes associadas ao site.
Membros do Congresso e do Departamento de Justiça alegam que o TikTok representa uma ameaça inaceitável à segurança nacional — capaz de manipular secretamente conteúdo por meio de seu algoritmo de recomendação e coleta de dados em massa, como rastreamento de localização, entre outros riscos, diz o jornal.
O projeto de lei de desinvestimento, sancionado em abril de 2024, foi aprovado pelo Congresso com graqnde apoio bipartidário. Ele dá à ByteDance 120 dias para vender o aplicativo. O TikTok nega as acusações. E argumenta que a nova lei é uma proibição de fato que viola a Primeira Emenda. A empresa também alega que não poderia ter vendido o aplicativo dentro do prazo de 120 dias do projeto de lei.
O Tik Tok entrou com recurso na semana passada e os nove juízes, durante os argumentos orais, indicaram que as preocupações com a segurança nacional que levaram o presidente Joe Biden a assinar a lei superavam os riscos potenciais à liberdade de expressão.
O presidente eleito Donald Trump, de volta à Casa Branca na próxima segunda-feira (20) e que já foi um crítico ferrenho do TikTok, sinalizou que se opõe à proibição. Sua equipe jurídica pediu à Suprema Corte que suspendesse a proibição de entrar em vigor para que ele encontrasse uma solução política. Trump se encontrou com o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, em seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida, no mês passado.
POTENCIAIS INTERESSADOS
A Bloomberg informou, no início desta semana, que autoridades chinesas consideravam a possibilidade de vender a marca para o bilionário Elon Musk, dono da plataforma X (ex-Twittwr) e da Tesla, que tem amplas operações na China. Representantes do TikTok disseram que isso é “pura ficção”. Mas, diante da proximidade de Trump com Musk essa poderia ser, sim, uma solução política.
Segundo a mídia americana, outros potenciais pretendentes ao TikTok incluem o ex-secretário do Tesouro de Trump, Steve Mnuchin, e o bilionário Frank McCourt, que fez uma parceria com a estrela de Shark Tank, Kevin O’Leary, em um esforço para comprar a marca e começar do zero em solo americano.
O Tik Tok tem 1,84 bilhão de usuários no mundo ativos mensalmente (dados do final de 2024).