Após muita polêmica e uma repercussão popular orgânica intensa, o governo retirou a decisão de fiscalizar o Pix, sistema de pagamentos contínuo e em tempo real do Banco Central, implantado pelo governo Bolsonaro em novembro de 2020.
A medida estabelecia que transações com o Pix e com o cartão de crédito que somassem R$ 5 mil por mês para pessoas físicas e R$ 15 mil para pessoas jurídicas seriam informadas à Receita Federal.
A partir daí, começaram a surgir nas redes sociais vídeos de brasileiros indignados – a maioria deles feitos por eleitores do próprio presidente Lula – porque entenderam que seriam monitorados pela Receita, o que afetaria 70% dos microempresários, cerca de 49 milhões de trabalhadores informais. Foi um tiro na popularidade, já em queda livre, do atual governo.
A história, que começou a ser chamada pelos internautas de “a revolta do Pix”, ganhou fôlego. Em contrapartida , o governo classificou de fake news as opiniões populares e da oposição, desviando o foco do debate.
Com o apoio da grande mídia, fez uma campanha intensa, principalmente nas redes sociais. Todas as matérias diziam a mesma coisa, que as pessoas estavam divulgando nas redes notícias falsas sobre taxação do Pix. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ameaçou processar os internautas brasileiros.
Mas, ninguém levou a sério, muito menos se intimidou. O povo já havia acessado o que estava por trás das medidas: monitoramento de suas transações financeiras para eventual cobrança de impostos. Em nenhum momento, falava-se em taxação do Pix, embora nada garantisse que, de fato, isso não viesse a acontecer. Eles também diziam que não iriam taxar as blusinhas do Shopee e o fizeram.
Porém, o que levou o governo a recuar foi um vídeo viral do deputado Nikolas Ferreira (PL), de quatro minutos, abordando didaticamente a situação. A ressonância foi tamanha que em pouco mais de 24 horas, já tinha sido visto por 225 milhões de pessoas (números registrados às 18h30 deste 15 de janeiro). E está sendo compartilhado mundo afora pelas redes com tradução.
O jovem deputado, além de explicar a situação do Pix, questionava por que as estatais que antes davam lucro agora dão prejuízo? Por que não há transparência nas contas públicas e nos cartões corporativos do próprio governo? Por que o brasileiro paga impostos tão altos e não recebe serviços à altura? E terminava o vídeo com uma frase forte: “Se não parar o Lula, o Lula vai parar o Brasil”.
Diante dessa grande movimentação, totalmente orgânica, não restou ao governo outra opção senão recuar. “O que aconteceu foi um referendo digital”, disse o jornalista Alexandre Garcia ao programa Oeste sem Filtro.
Sim, a voz do povo tem poder e na era digital essa força é potencializada na velocidade da luz, mesmo porque a grande mídia, que antes fazia esse papel, entregou-o por conveniência aos internautas. Dia histórico para a verdadeira democracia este 15 de janeiro de 2025!