O presidente Donald Trump retirou da Universidade Harvard a capacidade de matricular estudantes estrangeiros, alertando que milhares de alunos atuais devem se transferir para outras escolas ou deixar o país. A universidade entrou na Justiça contra a decisão do governo norte-americano e uma juíza de Boston suspendeu temporariamente a decisão de Trump.
A decisão sobre Harvard, uma das universidades mais prestigiadas do país, foi anunciada na quinta-feira (22), pelo Departamento de Segurança Interina, argumentando que Harvard criou um ambiente inseguro no campus ao permitir que “agitadores antiamericanos e pró-terroristas” atacassem estudantes judeus no campus.
Também acusou Harvard de coordenar com o Partido Comunista Chinês a hospedagem e treinamento de membros de um grupo paramilitar chinês até 2024.
Harvard matricula quase 6,8 mil estudantes estrangeiros em seu campus em Cambridge, Massachusetts, representando mais de um quarto de seus alunos. A maioria são estudantes de pós-graduação, vindos de mais de 100 países.
A ameaça à matrícula internacional de Harvard decorre de uma solicitação feita em 16 de abril pela Secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, que exigiu que a universidade fornecesse informações sobre estudantes estrangeiros que pudessem estar envolvidos em violência ou protestos que poderiam levar à sua deportação.
O governo já havia cortado US$ 2,6 bilhões em verbas federais para Harvard, forçando-a a financiar grande parte de sua extensa operação de pesquisa.
Em uma carta a Harvard na quinta-feira, Noem disse que a sanção da escola é “o resultado lamentável da falha de Harvard em cumprir requisitos simples de relatórios”. Ela impede Harvard de receber estudantes internacionais no próximo ano letivo de 2025-26.
Noem afirmou que Harvard pode recuperar sua capacidade de receber estudantes estrangeiros se apresentar um acervo de registros sobre estudantes estrangeiros em até 72 horas. Seu pedido atualizado exige todos os registros, incluindo gravações de áudio ou vídeo, de estudantes estrangeiros participando de protestos ou atividades perigosas no campus.
Harvard entrou na Justiça contra a decisão do governo e nesta sexta-feira (23) uma juíza emitiu uma liminar temporária, bloqueando temporariamente o plano do governo de Donald Trump de revogar a permissão da Universidade Harvard para matricular estudantes estrangeiros.
Na ação judicial movida na cidade de Boston, a universidade classificou as ações do governo como uma “violação flagrante” da lei.