REVOLTA DA GERAÇÃO Z: O PREÇO DA CENSURA DIGITAL FOI ALTO NO NEPAL!

Os protestos, que derrubaram o regime no país asiático, tomaram conta das ruas no início desta semana depois que o governo proibiu 26 plataformas de mídias sociais

Uma revolução sem precedentes na história contemporânea chocou o mundo no início desta semana: jovens da chamada geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) derrubaram o regime comunista do Nepal, situado entre a Índia e o Tibete, na Cordilheira do Himalaia. Sem governo há dois dias, o país estuda agora uma saída constitucional para a grave crise.

Os protestos, que ocorreram na segunda-feira (8) e terça-feira (9), deixaram pelo menos 22 pessoas mortas, dezenas de feridas e o país em chamas. Entre as vítimas fatais, está a esposa do ex primeiro-ministro, que teve sua casa incendiada.

O grande gatilho para a fúria dos jovens foi a proibição pelo governo, na semana passada, de 26 plataformas de mídias sociais, entre elas WhatsApp, Facebook e Instagram. Os argumentos foram os mesmos que os brasileiros já estão habituados a ouvir por aqui: desinformação, fake news e golpes online. A medida já está revogada!

O país, onde vivem cerca de 30 milhões de pessoas, tem uma das maiores taxas per capita de uso das redes sociais no sul da Ásia. A censura feita pelo governo só veio impulsionar o grande descontentamento da população local com seus políticos, envolvidos em denúncias de corrupção e mau uso do dinheiro público.

A capital Katmandu, repleta de santuários hundus e budistas, foi tomada por uma revolta avassaladora de jovens, que incendiaram o parlamento, a Suprema Corte e vários edifícios públicos oficiais. Nem mesmo as bombas de gás lacrimogêneo, jatos d´água e batalhões policiais conseguiram contê-los.

O primeiro-ministro KP Sharma Oli renunciou. Outros funcionários públicos de alto escalão também abriram mão dos seus cargos. Vídeos nas mídias sociais mostravam políticos fugindo pelas ruas. Outros eram retirados de seus gabinetes por helicópteros em uma situação absolutamente fora de controle.

O Exército afirmou em comunicado que os jovens estavam aproveitando a crise para danificar, saquear e incendiar propriedades, tanto públicas quanto privadas. O comunicado, divulgado na noite de terça-feira, disse que o Exército poderia assumir o controle da situação caso os protestos continuem.

SLOGANS

Desde o início do movimento, chamam a atenção o uso nas redes sociais dos slogans nepo baby e nepo kids. Eles surgiram nas últimas semanas em vídeos virais que mostravam o estilo de vida de políticos e seus familiares no país, exibindo carros de luxo, viagens e roupas de grife.

Segundo os jovens, essas pessoas desfrutam de muito luxo sem mérito usando dinheiro público, enquanto que os demais precisam lutar muito para se sustentar.

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