A notícia é boa para os brasileiros que estão na fila da cidadania italiana: o Tribunal Ordinário de Veneza anunciou uma força-tarefa com 22 juízes italianos, que atuarão de forma remota para destravar cerca de 19 mil processos de reconhecimento da cidadania italiana por descendência.
O objetivo, segundo o tribunal, é reduzir em cerca de 90% o número de ações até junho de 2026.
A medida já é vista por especialistas como o início de uma nova fase no sistema judicial italiano, buscando atender a um fenômeno migratório que envolve a busca de descendentes para regularizar sua cidadania europeia.
Na avaliação da Master Cidadania, grupo ítalo-brasileiro com sede jurídica na Itália e atuação no Brasil, a medida mostra que o caminho judicial “é seguro, legítimo e agora ainda mais rápido”.
Para Mariane Baroni, fundadora da empressa, o momento é de atenção, mas também de estratégia. “A mobilização de juízes é excelente notícia. O sistema judiciário italianoi está buscando normalizar o fluxo e priorizar processos ativos.” Ela acrescenta que quem ainda não protocolou o seu corre o risco de ficar de fora desse processo de otimização.
O crescente interesse pela cidadania italiana levou os tribunais a criarem modelos digitais de tramitação e equipes especializadas para reduzir o tempo de espera.
Esse novo formato, que envolve juízes designados exclusivamente para cidadania, audiências online e sistemas de digitalização processual, é um reflexo direto da maturidade do tema dentro da Justiça italiana.“Há dez anos, falar em processo judicial de cidadania italiana era um tabu. Hoje, é a via mais previsível e tecnicamente sólida para quem busca o reconhecimento do próprio direito”, diz Baroni.