A polêmica do momento envolve de novo arte e crianças. Desta vez, no MAM, o Museu de Arte Moderna de São Paulo, onde uma menina aparentando 5 anos participou de uma performance tocando um homem nu, na abertura da mostra Panorama da Arte Brasileira.
Alguém filmou e jogou o vídeo no ar. Nas cenas, a garotinha demonstra estar constrangida. Sou a favor da arte, da liberdade de expressão e contra a censura. Mas, defendo também o bom senso e o respeito à infância que deve partir dos pais.
Sou também mãe e, se minha filha tivesse essa idade, eu a levaria ao teatro, ao cinema, a uma livraria ou a museus com acervo mais condizente, como o Catavento. À noite, lhe contaria uma bela história antes de dormir… Essas coisas que fazem parte do universo infantil e ajudam na formação dos pequenos.
Mas, a menina foi levada ao museu para participar da “experiência do toque”, provocando reações indignadas dos internautas nas mídias sociais. O vídeo viralizou, a criança agora está exposta desnecessariamente e a própria mãe sendo alvo de comentários – muitos deles impublicáveis, é claro!
O MAM divulgou uma nota dizendo que a perforrmance La Bête, na abertura da mostra na terça-feira, 26, “não tem conteúdo erótico e trata-se de uma leitura interpretativa da obra Bicho, de Lygia Clark, artista historicamente reconhecida pelas suas proposições artísticas interativas.”
O museu ressalta que sempre sinaliza aos visitantes qualquer tema sensível à restrição de público. “A sala estava devidamente sinalizada sobre o teor da apresentação, incluindo nudez artística. E a criança que aparece no vídeo estava acompanhada de sua mãe durante a abertura da exposição.”
Então, é preciso separar o joio do trigo antes de sair disparando flechas contra a arte, à obra de Lygia Clark, a partido político ou ao próprio MAM. A exposição não era infantil, a sala estava sinalizada sobre o conteúdo e a responsável por toda essa polêmica é a mãe da menina.
Além de expor a filha desnecessariamente, essa atitude mostra que a erotização atual das crianças é induzida, em muitos casos, pelos próprios pais. São eles que devem “proteger” os seus filhos – e não os curadores de museus, a escola, a internet, o Ministério Público…
O mais assustador é que os debates – ou seriam embates? – entre os diversos setores da sociedade mudaram completamente o foco da questão. Ou seja: em vez de analisarem o comportamento da mãe e a exposição da criança se voltam para a arte ou nu artístico. A discussão aqui é comportamento.
Que a história da menininha e o homem nu mostre o quanto as crianças estão vulneráveis e como nossa sociedade anda perturbada, anestesiada e sem discernimento!
O mais assustador é que os debates – ou seriam embates? – entre os diversos setores da sociedade mudaram completamente o foco da questão. Ou seja: em vez de analisarem o comportamento da mãe e a exposição da criança se voltam para a arte ou nu artístico. A discussão aqui é comportamento.
Que a história da menininha e o homem nu mostre o quanto as crianças estão vulneráveis e como nossa sociedade anda perturbada, anestesiada e sem discernimento!