Você é do tipo que acelera a velocidade do áudio ou do vídeo na internet para absorver conteúdo de forma mais rápida, otimizando seu tempo? Cuidado, porque sua saúde mental corre riscos.
Em fase de muita tecnologia e excesso de informações, essa prática vem se tornando um hábito entre aqueles que gostam de consumir aulas, palestras, podcasts, vídeos de entretenimento ou mesmo ouvir aúdios em conversas virtuais.
Porém, segundo os especialistas, o hábito de apertar o botão 1,5x ou 2x, de maneira desenfreada pode trazer consequências diretas e negativas à saúde.
“De maneira geral, isso pode aumentar os níveis de ansiedade e estresse”, diz o psicólogo Emerson Marques, da UBS Jardim Virgínia, gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo.
O uso constante da velocidade aumentada pode contribuir ainda para um estado de agitação constante e tensão emocional. Além disso, a rápida absorção de informações sobrecarrega o cérebro, dificultando o processamento adequado do conteúdo consmuido.
O hábito também gera complicações para os estudos, comprometendo a habilidade de absorver e reter informações de maneira eficaz, principalmente quando se tratam de conteúdos complexos ou de pouca familiaridade.
Quando usado com muita frequência, o hábito oferece a redução do prazer, ou seja, aquela satisfação que temos após finalizar uma atividade, observa o psicólogo.
E a exposição prolongada pode levar o indivíduo, no futuro, a diminuir sua capacidade de atenção e foco, tornando difícil o aproveitamento em atividades que exigem atenção prolongada.
NOVOS HÁBITOS DIGITAIS
Em 2017, o Brasil já liderava no mundo os casos de transtorno de ansiedade, segundo a Organização Mundial da Saúde. E em 2023 foram os brasileiros os que mais buscaram informações sobre o assunto no Google.
Essa situação acende um sinal de alerta entre os especialistas, principalmente no que diz respeito aos hábitos digitais.
Sobre a questão específica da aceleração, o ideal é alternar o uso com períodos de consumo norjmal, permitindo que o cérebro processe as informações de forma adequada e evitando sobrecargas cognitivas.
Para o psicólogo, é recomendável incorporar intervalos após o consumo de conteúdos digitais, para reflexões e descanso.
Ele diz que, com pequenas mudanças, é possível garantir uma relação mais equilibrada e saudávgel, tanto no ambiente online quanto no offline. E o que é mais importante ainda: desacelerar!