A preocupação com os rumos que toma a economia brasileira aumenta dia após dia e poucos setores escapam ou vão conseguir escapar a curto ou a médio prazo. No turismo, por exemplo, a alta do dólar, que atingiu o seu maior patamar nos últimos dois anos e meio, pode afetar a indústria da aviação e o turismo doméstico no país, que estava se recuperando.
Isso porque , 60% dos custos das companhias aéreas, envolvendo gastos com combustível, aluguel e manutenção – estão atrelados à moeda norte-americana. Essa elevação poderá pressionar os preços internos e dificultar as viagens dentro do país, estima a FecormercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Embora a elevação do dólar afete diretamente as viagens internacionais, o que em tese favoreceria as viagens domésticas, passagens aéreas mais caras causam impactos significativos para o turismo em geral, sobretudo o de negócios, que andou bem aquecido nas grandes capitais ultimamente.
O público corporativo costuma viajar para participar de eventos e feiras, ou para fazer visitas a clientes e filiais, em boa parte do território brasileiro. Por outro lado, essa situação de alta nas tarifas aéreas pode contribuir para o turismo de proximidade (destindos de curta e média distâncias), por meio da locação de veículos ou do próprio carro.
DESVALORIZAÇÃO DO REAL
A situação preocupa porque a moeda brasileira tem sido uma das mais desvalorizadas nos últimos meses. Isso exigiria do governo olhar com mais responsabilidade para os desafios internos, especialmente para a política fiscal e o equilíbrio das contas públicas. Mas, não há perspectivas que o governo vá reduzir seus gastos e com a alta da taxa de juros dos Estados Unidos, que deve permanecer como está, a tendência é que o dólar continue pressionado. É essa é, sim, uma preocupação para empresários e consumidores.
NÚMEROS DO TURISMO
O setor apresentou uma boa performance desde o início do ano. Segundo a FecomercioSP, em abril faturou R$ 15,7 bilhões, registrando alto de 4,7% em relação ao mesmo período de 2023. O curioso é que o segumento com maior faturamento no mês foi justamente o de transporte aéreo, com números de R$ 3,7 bilhões. O número de passageiros por quilômetros transportados foi o maior desde 2015.
Mas, com a alta do dólar e a previsão de aumento da inflação nada mais será como era antes!
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