O Egito viveu mais uma travessia épica neste fim de semana: o país transportou o barco solar intacto de 4.600 anos do faraó Khufu para o Grande Museu Egípcio (GEM), que será inaugurado no complexo de Guizé.
O barco, de 42 metros de comprimento e 20 toneladas, é “o maior e mais antigo artefato orgânico feito de madeira da história da humanidade”, disse o Ministério de Antiguidades.
Fotos Ministério de Antiguidades/Divulgação |
No Antigo Egito, barcos solares eram enterrados em fossos próximos às câmaras mortuárias dos faraós, por eles acreditarem que transportariam os mortos para o outro lado da vida.
A viagem para a nova ‘moradia’ foi feita em veículo inteligente com controle remoto, importado da Bélgica. Ela começou na noite de sexta-feira, percorreu 7,5 km e durou dez horas, segundo as agências de notícias locais.
A inauguração do Grande Museu já é considerada um importante marco arqueológico, que abrigará as maiores antiguidades egípcias.
Instalado a apenas 2 km de distância das famosas pirâmides de Gizé, cerca de 20 km do Cairo, já é classificado como o maior museu do mundo dedicado a uma única civilização.
O complexo cultural terá uma área de 24 mil m² para abrigar cerca de 100 mil artefatos antigos.
O novo museu também é a grande aposta do governo egípcio para a retomada do turismo, setor vital para o país, atingido duramente pelo levante de 2011 e, depois, pela própria pandemia do coronavírus.
Em abril último, as autoridades transferiram os restos mortais de 22 faraós do icônico Museu do Cairo para o novo complexo em uma cerimônia faraônica e cuidadosamente coreografada, que foi transmitida ao vivo pela TV.
Entre as múmias que mudaram de endereço estavam a de Ramsés II e da Rainha Hatshepsut.