A Itália vive uma situação dramática: todo o país está isolado. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (9) pelo primeiro-ministro, Giuseppe Conte, para conter o avanço do coronavírus.
“As zonas vermelhas agora estão em todo o território nacional”, alertou. Foram também cancelados eventos públicos, reuniões e os campeonatos esportivos. As universidades e escolas permanecem fechadas até 3 de abril.
“Todos devem desistir de algo para proteger a saúde dos cidadãos. Este é o momento da responsabilidade”, disse ele em pronunciamento.
O decreto entra em vigor a partir desta terça-feira (10). Segundo a imprensa italiana, cada pessoa que precisar transitar entre os municípios deverá apresentar uma declaração de responsabilidade.
A medida afeta cerca de 60 milhões de pessoas. O transporte público continuará funcionando. Lanchonetes e restaurantes serão obrigados a fechar depois das 18h.
Bares, casas noturnas, casas de jogos e bingos permanecerão fechados, assim como museus, teatros e cinemas. Estão ainda proibidos casamentos, velórios e missas.
“Nossos hábitos precisam ser mudados agora. Podemos resumir a medida como ‘eu fico em casa’. A Itália será uma área protegida”, disse Conte.
O anúncio chegou no final de um dia caótico em que houve também motins nas prisões em todo o pais, informou a CNN.
Desde domingo (8), 97 pessoas morreram vítimas da doença, elevando o número de mortes para 463. Na Itália, até o momento foram registrados 9.172 casos.
TSUNAMI DE PACIENTES
Para o coordenador de terapia intensiva na Lombardia, norte do país, Antonio Pesenti, o sistema de saúde da região estava “a um passo do colapso”, diz a CNN.
“Esvaziamos seções inteiras do hospital para atender os pacientes graves. E agora estamos implantando tratamento intensivo nos corredores.”
Ele disse ter visto “um tsunami de pacientes” e que, se o vírus continuar se espalhando, o hospital poderá receber 18 mil pessoas até o final do mês.