A informação e a “liberdade de expressão” estão se trombando perigosamente no Brasil. Na quarta-feira, 10 de abril, o apresentador e humorista Danilo Gentili foi condenado a seis meses de prisão por injúria contra a deputada petista Maria do Rosário do PT.
A sentença, dada pela 5ª Vara Criminal de São Paulo, chocou o país, porque até então fazer piadas era um direito democrático. Não é mais. Gentili, que vem batendo a audiência da Globo com o programa The Voice, do SBT, sempre fez humor com os desvarios da política nacional.
Por que Danilo Gentili?
É competente, tem milhares de seguidores nas mídias sociais e, como ele mesmo diz, “não se rende à patrulha”. Seguiu o rumo contrário ao da maioria dos artistas e dos veículos de comunicação, que travam uma batalha diária contra o atual governo. E não se importam em perder leitores, audiência, seguidores e credibilidade.
O fato é que as críticas avançam com apetite voraz para o terreno da ofensa pessoal. As pessoas que apoiam Bolsonaro estão sendo atacadas. E isso causa mal-estar crescente, seja nos leitores dos principais veículos de comunicação, nas mídias sociais e principalmente entre aqueles que querem um Brasil melhor.
A condenação de Danilo em regime semi-aberto como se fosse um criminoso (ele pode responder em liberdade) provocou uma avalanche de críticas à sentença e mensagens de apoio ao humorista.
Na madrugada desta quinta-feira, dia 11, a hashtag #GentiliLivre já era o assunto mais comentado do Twitter no mundo. A classe artística também se manifestou em apoio ao apresentador. E hoje o presidente Jair Bolsonaro postou uma mensagem de solidariedade ao apresentador em seu Twitter.
Me solidarizo com o apresentador e comediante @DaniloGentili ao exercer seu direito de livre expressão e sua profissão, da qual, por vezes, eu mesmo sou alvo, mas compreendo que são piadas e faz parte do jogo, algo que infelizmente vale para uns e não para outros.
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Danilo Gentili retweetou Jair M. BolsonaroMuito honrado!
Assim como nunca imaginei um dia ser condenado à prisão por protestar contra censura nunca imaginei também contar com apoio presidencial.Também fico aliviado por entender que esse post significa um registro do compromisso do governo com a liberdade de expressão.
A deputada Maria do Rosário, do PSOL, é a campeã de protagonizar polêmicas bizarras – dentro e fora do Congresso. Além de se comportar de forma desequilibrada na Câmara dos Deputados, partindo para cima de quem não pensa como ela e dificultando a aprovação dos programas do governo, parece ter a fórmula mágica para processar os outros – e ganhar todos!
Jair Bolsonaro recentemente foi condenado a pagar a ela R$ 10 mil de indenização por calúnia e difamação. Ele recorreu ao STF, que manteve a sentença.
Sergio Moro, uma das personalidades mais populares dentro e fora do Brasil, é constantemente atacado pela esquerda por ter condenado Lula. Os defensores do ex-presidente escrevem absurdos sobre ele nas mídias sociais ou falam pelas ruas. Nada acontece.
O ministro Paulo Guedes encerrou às pressas a audiência na Comissão de Justiça da Câmara, onde foi falar sobre a Reforma da Previdência, por ser desrespeitado e ofendido por Zeca Dirceu, filho de José Dirceu, condenado pela Lava-Jato por corrupção e lavagem de dinheiro. O filho Zeca também é reu.
Maria do Rosário partiu para cima do ministro nos corredores da Câmara. Guedes foi salvo por sua assessora que o tirou rapidamente das garras da enfurecida deputada petista. Isso também não seria motivo de um processo?
Nesta mesma quarta-feira em que Danilo foi condenado, a deputada Erika Kokay, do PSOL, protagonizou outra cena deprimente: fez a ministra Damares Alves, dos Direitos Humanos, chorar na Câmara. Isso não é assédio moral? Parlamentares e internautas saíram em sua defesa nas mídias sociais.
Enfim, todo dia se repete esse circo de horrores, protagonizado por gente que se beneficiou ao longo dos últimos 14 anos da corrupção e agora resiste à perda do poder, do dinheiro farto para as grandes campanhas publicitárias e das regalias.
Os réus da Lava-Jato que roubaram são soltos, criminosos e traficantes também, mas um humorista é condenado à prisão por uma juíza de São Paulo e os ministros da República, a apenas 101 dias em seus cargos, são atacados como se fossem marginais. O judiciário está errando – e feio – na dose.
Quem é que vai acabar com isso?