Depois de 13 anos de restauração e décadas de abandono, o mausoléu do imperador Augusto, considerado o maior túmulo circular do mundo antigo, recupera parte do seu status e será aberto ao público em Roma.
Augusto foi o primeiro imperador romano. Ele substituiu Júlio César, construindo um império que se estendeu do Reino Unido ao Egito.
O imponente túmulo da Roma antiga, originalmente todo revestido de mármore, ficou abandonado por séculos, com seus interiores muito danificados. Durante os últimos 80 anos esteve praticamente fechado ao público.
No ano 2000, reabriu para celebrar o jubileu da cidade e foi fechado novamente em 2007 para estudos arqueológicos.
Após passar por completa restauração, feita em duas etapas e avaliada em 10 milhões de euros, o monumento deverá ser reaberto no dia 1º de março de 2021, informa a CNN.
Não é a primeira vez que os resquícios arqueológicos da área são restaurados. Bem perto fica o Ara Pacis – um grande altar cerimonial para celebrar o retorno de Augusto de Gália e na Espanha, em 13 AC, que ostenta esculturas da família imperial romana.
O antigo pavilhão em torno do altar foi substituído em 2006 por uma estrutura de vidro e de aço. E agora pode ser visto do rio Tibre, com o mausoléu atrás.
LINHA DO TEMPO
Foto Reprodução/mausoleodiaugusto.it |
Augusto nasceu em 63 AC e assumiu o poder em 27 AC após a vitória na Batalha de Ácio contra Marco Antônio e Cleópatra. Antes de se tornar imperador seu nome era Otaviano.
O imperador não economizou nos planos para o mausoléu, construído para ele e sua família. Estudos das ruínas mostram que tinha um diâmetro de quase 90 metros e altura em torno de 45 metros.
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Acredita-se que tenha servido de tumba por cerca de 100 anos e apenas um terço do que foi no passado sobreviveu aos séculos.
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As paredes, que parecem de tijolos, eram revestidas de mármore travertino do qual hoje só existem alguns vestígios.
Na Idade Média, uma fortaleza foi erguida sobre suas ruínas e destruída em 1241. Na sequência, a estrutura foi desmontada e o mármore retirado para uso na construção.
No século 16, o interior da tumba foi transformado em um jardim pelos proprietários de um palácio nos arredores. Em 1780, virou anfiteatro para exibição de touradas.
Dois séculos depois, ganhou uma cobertura de vidro e foi usado para apresentação de peças teatrais. E no século 20 se transformou no Auditório Augusteo, para apresentação de concertos.
Em 1936, o regime fascista demoliu a cúpula e os edifícios modernos a fim de resgatar a tumba.
O trabalho de restauração foi interrompido durante a Segunda Guerra Mundial e reiniciado nos anos 1950.
Dos mais de 13 mil m² de paredes que podem ser isto, quase metade remonta à construção original da época de Augusto. Uma parte equivalente data dos trabalhos de restauração de 1930. Também há vestígios das paredes construídas na Idade Média e no Renascimento.
Assim, parte do passado glorioso idealizado por Augusto para seu descanso final está de volta ao mundo moderno, em homenagem ao legado do imperador que escreveu em seu leito de morte: “Encontrei Roma construída de tijolos e a deixei de mármore”
SERVIÇO
O mausoléu será inaugurado em 1º de março de 2021 e, a partir de 22 de abril, as visitas incluirão elementos de realidade virtual e aumentada. As visitas serão gratuitas até 21 de abril e os ingressos devem ser reservados com antecedência no mausoleodiaugusto.it. Haverá elevadores somente a partir de 22 de abril.