Depois de colocar todo o Estado de São Paulo na fase vermelha (a mais rígida da quarentena), e com toque de recolher às 20h, o insano decreto do governador João Dória foi revogado. Assim, comércio, bares e restaurantes poderão reabrir já no próximo fim de semana.
Dória disse nesta quarta-feira (3) que “as internações diminuíram nos hospitais”, por isso o estado voltará à fase laranja a partir do dia 6. “Podemos permitir que as atividades de fim de semana sejam retomadas no estado”.
Na verdade, a volta das restrições gerou um grande desgaste a Dória. Foi criticada pelas associações de lojistas, donos de bares e restaurantes e do comércio em geral, que estão sendo levados à falência pelos rompantes de lockdown, sem critérios, feitos pelo governador.
Foi igualmente criticada pelos cidadãos e alguns prefeitos que simplesmente não cumpriram a resolução, porque em seus municípios a pandemia estava sob controle.
O auge da revolta, não apenas dos paulistas, ocorreu no último fim de semana, quando o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, trancou a cidade e foi ao Maracanã assistir à final da Libertadores.
A fase vermelha, que começou dia 25 de janeiro, aniversário de São Paulo, foi mais um duro golpe contra a economia do Estado, que vive uma das suas fases mais difíceis porque, além de todos os problemas causados pela pandemia, se tornou refém de um projeto político de poder do governador Dória.
A Associação dos Lojistas de Shoppings disse na semana passada que temia ainda mais desemprego no setor. Com razão.
O cenário nos shoppings da metrópole é desolador, com pouca gente circulando e comprando. Isso mesmo antes de voltar a fase vermelha. Apesar das liquidações, os preços não estão nada atraentes. E muita gente também está sem dinheiro e até sem estímulo para ir às compras.
Nesta terça-feira (2) fui ao Shopping Ibirapuera, um dos mais frequentados da cidade, e saí de lá com a impressão de que estava visitando um empreendimento fantasma.
Olhando para todas as lojas vazias e corredores idem, pensei como os lojistas, que dão empregos, vão conseguir resistir a tudo isso? Afinal, pagam alugueis e condomínios caríssimos. Simplesmente, não vão! Saí de lá me sentindo deprimida.
Para compensar queda na arrecadação do Estado, Dória aumentou impostos e as mercadorias tiveram substanciais aumento de preços.
Ao contrário do que acontece em outros países, quando determinada área é isolada por ter registrado um surto, no Estado de São Paulo não existem critérios, estudos ou justificativas para o isolamento.
Desde o retorno gradual das atividades econômicas, os shoppings não registraram aglomerações, além de terem adotado medidas rígidas sanitárias. Ali, ninguém entra sem máscara e há frascos de álcool em gel em todas as lojas.
Além disso, são locais espaçosos, limpos e oferecem compras via delivery àqueles que não querem correr riscos. Apesar das narrativas, os brasileiros estão conscientes, sim, do risco de contágio.
Mas, os que se recusam a aceitar calados medidas tirânicas e monocráticas, são chamados de negacionistas, inclusive pelo próprio governador.
Sim, chegou a hora de dizermos não a todas as atrocidades que políticos egocêntricos estão cometendo contra as liberdades individuais dos cidadãos em nome do coronavírus. Elas são muito mais letais do que a própria doença!