MORRE DIRETOR DE HOSPITAL E 1,7 MIL MÉDICOS CHINESES ESTÃO INFECTADOS

     Atualizado às 19h  
    
     A epidemia de coronavírus traz um número preocupante: 1.716 profissionais de saúde chineses foram infectados pelo vírus em todo o país. Sete já morreram, entre eles o primeiro diretor de um hospital.


     Liu Zhiming, que comandava o hospital Wuchang, é o primeiro médico de alto escalão a morrer vítima da doença, informou nesta segunda-feira (17) o People´s Daily, jornal estatal chinês. 


     E centenas que trabalham na linha de frente no combate à doença correm sérios riscos. 


     Os dados foram revelados pela Comissão Nacional de Saúde da China. Quase 90% desses profissionais são procedentes da província de Hubei, cuja capital é Wuhan, o epicentro do surto.


     Uma enfermeira do Hospital Central de Wuhan postou no Weibo (plataforma chinesa semelhante ao Twitter), que cerca de 150 colegas foram confirmados ou considerados suspeitos de estarem infectados, incluindo ela mesma, informou a CNN.
  
    “O andar em que estou internada é basicamente preenchido com colegas do meu hospital. São quartos duplos e triplos, com nomes e números de camas dos profissionais escritos nas portas”, escreveu.


    Ela contou ainda que prendia a respiração toda vez que os colegas vinham procurá-la:

  “Receio que o vírus dentro do meu corpo saia e contamine os que ainda estão em pé”. 



   ALTO RISCO
    Não é de hoje que os profissionais de saúde chineses colocam a vida em risco durante grandes surtos. O mesmo aconteceu na epidemia SARS, uma síndrome respiratória aguda, ocorrida entre 2002 e 2003.


    Agora, a situação parece mais complicada pela escassez de recursos médicos para lidar com tantos pacientes, agravada pelo aviso tardio do governo sobre a alta taxa de infecção. 
     
    O governo local admitiu a falta de suprimentos de proteção, como máscaras respiratórias especializadas, óculos, luvas e roupas especiais. 

    Além disso, acredita-se que muitos adoeceram devido à intensa carga de trabalho. Acredita-se que a grande contaminação dentro dos hospitais tenha ocorrido em salas de chá e locais de reunião, após turnos cansativos.