CRISE: TURISMO PODE SER O SALVADOR DA PÁTRIA, MAS É DESVALORIZADO

    

    A liberação dos vistos de entrada no Brasil para países, como Estados Unidos, China, Canadá e Austrália, entre outros e a legalização do jogo no país foram alguns dos temas discutidos nesta segunda-feira, pelo ministro do Turismo, Henrique Alves, durante o almoço-debate do LIDE, no Grand Hyatt, em São Paulo, que reuniu 374 empresários.

  Na mesa, estavam alguns dos representantes mais poderosos de dentro e de fora do setor, como o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, Luiz Fernando Furlan, chairmain do LIDE, Patrick Mendes, CEO do Grupo Accor, Guilherme Paulus, CEO do grupo GJP e presidente do conselho administrativo da CVC, entre outros. 

O presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, e o ministro Henrique Alves



O debate foi mediado por João Doria, presidente do LIDE. “Sou um crítico do atual governo, mas áreas de competitividade, como o turismo, devem receber o apoio da iniciativa privada”, afirmou. Daí, o motivo do encontro. 


PRIMO POBRE


 O assunto mais consensual, e que já vem sendo discutido há muito tempo, sem que sejam tomadas medidas eficazes, é por que o Brasil não valoriza esse setor, que nos demais países é tratado com prioridade, profissionalismo e planejamento, visto que seu potencial é imenso? Aqui, responde por 3,4 milhões de empregos e pode ser uma excelente ferramenta de recursos, especialmente durante a atual crise, em que a desvalorização do real incentivaria a visita de viajantes estrangeiros. 

 “O turismo não pede favores, mas sim reconhecimento”, disse o ministro. No ano passado, acrescentou, o Brasil recebeu 6,4 milhões de estrangeiros. Nesse mesmo período, somente a Torre Eiffel foi fotografada por 6 milhões de pessoas. “A Torre Eiffel é maravilhosa, mas o Brasil tem também tantas coisas fantásticas…”. Alves afirmou ainda que faltam recursos para se investir no turismo. “Quando não há uma liderança política, é difícil avançar. Em vez de estocar o vento, vamos colocar o estoque de ação em prática”, emendou João Doria.


  E, por falar em ações práticas, a questão da liberação dos vistos  especialmente para os EUA, é muito importante, na avaliação do próprio governo.”Os americanos não querem esperar duas semanas para conseguir um visto”, afirmou o presidente da Embratur, Vinicius Lummertz. Já Henrique Alves diz que pode ser um visto diferenciado para que a questão da reciprocidade não interfira no processo. Eles são os visitantes que mais gastam e passam maior tempo no Brasil, contabiliza o governo.


  “O país está perdendo a oportunidade de aproveitar esse momento, desfavorável para a economia, mas muito favorável ao turismo. Porém, exige uma estratégia muito mais vigorosa e um esforço superior do que estão sendo feitos hoje pela Embratur”, disse João Doria a este blog, no final do almoço. Doria elegeria como prioridades, “os mercados americano, argentino (o grande emissor de turistas) e países vizinhos, como Chile, Peru e Colômbia, porque a população têm renda e há proximidade de distância”.  




 JOGO ABERTO


  Outra questão colocada em pauta pelo ministro foi a liberação do jogo. “Essa medida pode ser feita com responsabilidade e ética”, disse. Segundo ele, dos 194 países pertencentes à ONU, 165 permitem o jogo. Nos demais 40, onde a prática é proibida, estão os países islâmicos. “O Brasil está fazendo o quê lá”?, indagou Henrique Alves.


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