Não dá para ignorar tudo o que está acontecendo na América do Sul nesta reta final de 2019. O continente vive uma fase turbulenta de transição, protestos violentos, queda de regimes e destruição de cidades. O Brasil se mantém em estado de alerta.
Desde que o presidente Evo Morales renunciou, jornais do mundo inteiro publicam matérias divulgando os elos entre traficantes de drogas na Bolívia e no México, país que, aliás, deu exílio a Morales.
Essa estreita relação entre traficantes de drogas bolivianos e mexicanos, principalmente com o Cartel de Sinaloa, pode ser vista no documentário Clandestino, da Discovery Channel.
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Ela foi revelada pelo trabalho do jornalista espanhol David Beriain, que passou mais de três meses infiltrado no cartel de Guzmán Loera.
O jornalista, que foi correspondente de guerra no Iraque, Afeganistão e Líbia, passou um ano se dedicando ao projeto. O documentário foi transmitido em três capítulos.
Segundo ele, “o verdadeiro negócio do cartel é levar cocaína dos países produtores (Colômbia, Peru e Bolívia), para Culiacán, Sinaloa, disse Beriaim ao Huffington Post.
É muito dinheiro envolvido. Na Bolívia, o quilo de cocaína custa US$ 2,5 mil. Quando chega ao México, salta para US$ 17 mil, enquanto que na Europa e nos Estados Unidos, o preço aumenta drasticamente.
FACÇÕES BRASILEIRAS
Nos últimos 15 anos, segundo o site Hoy Bolivia.com, o país registrou a entrada de emissários e um chefe de oito cartéis do tráfico de drogas de quatro países, entre eles o Brasil.
Entre eles, estavam membros do PCC e do Comando Vermelho (Brasil), outros dos cartéis de Medellín e Norte do Vale (Colômbia), além dos cartéis mexicanos de Sinaloa, Jalisco Nueva Generación (CJNG) e de Tijuana. Ao grupo se anexou a Ndrangheta Calabrian, uma das mais sangrentas máfias italianas.
Em 2017, o Brasil capturou o mexicano José González Valencia, um dos líderes do CJNG. Quando foi preso, tinha uma carteira de identidade boliviana em nome de Jafett Arias Becerra.
Além da presença de todos esses cartéis, há várias ações suspeitas que ligam o então governo de Morales ao tráfico de drogas.
A noite passada por Morales em Cochabamba após a renúncia Fotos Públicas |
Quando renunciou à presidência, Morales se escondeu em Chapare, área de cultivo de coca em Cochabamba, local onde surgiu como líder político e ainda mantém certo poder. Curiosamente, agora vive no México.