Thomas Cook, a tradicional empresa britânica de viagens e companhia aérea, fundada há 178 anos, decretou falência na manhã desta segunda-feira (23), horário local, deixando cerca de 600 mil clientes ao redor do mundo sem saber como voltar para casa.
A empresa de viagens opera sua própria companhia aérea, com uma frota de 50 jatos de médio e longo alcance. Além disso, é dona de outras companhias aéreas e subsidiárias menores, incluindo a alemã Condor.
Na noite de domingo, vários voos da Thomas Cook ainda estavam no ar, mas era esperado que paralisassem as operações assim que chegassem aos seus destinos.
Entre os cerca de 600 mil passageiros em trânsito, estão 150 mil britânicos, sendo os demais estrangeiros, segundo a CNN. O Departamento Britânico de Transportes e Aviação Civil preparou a Operação Matterhorn para repatriar os britânicos retidos em outros países.
Esses resgates, já considerados o maior esforço de repatriamento em tempos de paz da história britânica, estão previstos para o período de 23 de setembro a 6 de outubro, o que pode causar atrasos aos viajantes de até duas semanas. Serão utilizados os serviços de outras companhias aéreas e voos fretados.
Neste domingo, a companhia tentou conseguir um financiamento de emergência de 200 milhões de libras (cerca de US$ 249 milhões). Mas não conseguiu oferecer garantia de fundos. A empresa emprega 21 mil funcionários em todo o mundo.
Os problemas enfrentados pela Thomas Cook não são recentes. Em 2011, conseguiu se livrar de um risco de insolvência, mas as dívidas permaneceram.
A empresa também sofreu baixas com a menor demanda nas duas últimas temporadas de verão, porque as ondas de calor levaram muitos britânicos a ficar em casa. Além disso, as incertezas do Brexit e a libra menos forte teriam contribuído para o agravamento da crise.