Marco Antonio Villa, Denise Campos de Toledo, Reinaldo Azevedo e João Dória |
por SIMONE GALIB E PATRICIA LIMA
Os empresários brasileiros começam a se mobilizar diante da grave crise econômica e política que assola o Brasil. Na segunda-feira (dia 10), algumas das principais lideranças se reuniram para debater O Brasil que queremos, fórum realizado pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais), presidido por João Dória, em parceria com a rádio Jovem Pan. O evento, que reuniu boa parte do PIB brasileiro nos salões do Grand Hyatt, em São Paulo, contou ainda com a presença do governador Geraldo Alckmin. O clima entre a maioria é de falta de confiança no atual governo.
Nós vivemos hoje a policrise, de natureza ética e econômica (Geraldo Alckimin)”
Falando para uma plateia preocupada com os rumos da economia, o governador Geraldo Alckmin disse que “vivemos hoje a policrise, de natureza ética e econômica, gerada pelo próprio governo, que gastou mais do que arrecadou”. Ele enfatizou que a crise social se agrava com cerca de 100 mil desempregados por mês. O termo “policrise” provocou risos e deu uma certa descontraída no ambiente.
MUITAS CRÍTICAS
O debate, transmitido ao vivo pela Jovem Pan, foi mediado pelos jornalistas Reinaldo Azevedo, a comentarista econômica Denise Campos de Toledo e o historiador Marco Antônio Villa. Os colaboradores da emissora não pouparam críticas a tudo o que vem acontecendo (escândalos, propinas, corrupção, projeto de poder, o alto índice de reprovação do governo Dilma etc).
Na opinião de Villa, “o PT criou um projeto de poder e desde o século 18 nunca ninguém roubou tanto neste país”. Para Denise Campos de Toledo, vivemos hoje “a perda de confiança do consumidor e dos empresários e a falta de perspectiva de resolver essa crise a curto prazo”.
Sempre com a língua muito afiada, Reinaldo Azevedo, apresentador do programa diário Pingos nos is, da Jovem Pan, disse que “a renúncia de Dilma seria o melhor caminho, porque é menos traumática, mas a presidente não tem esse perfil”. Ele defendeu o impeachment, uma medida constitucional. Afirmou ainda que as pessoas aguardam respostas. “Espero que possamos nos reencontrar com algumas das nossas virtudes. O Brasil tem um povo talentoso e trabalhador.”
FALTA TOTAL DE CONFIANÇA
No final do poderoso encontro, o empresário João Dória fez para este blog um balanço da noite. Para ele, essa mobilização dos empresários “é um movimento que vai exigir mudanças profundas. Ficou bem claro aqui que há um grau elevadíssimo de desconfiança do empresariado em relação ao governo, o que dificulta a elaboração de um projeto econômico”. Ele disse ainda que a situação atual “não vai permitir o crescimento do país, o que é muito grave.”
Indagado sobre a sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo pelo PSDB, Dória revelou que, se eleito, sua administração terá três bases: eficiência de gestão, inovação e combate à corrupção.
E o que os mais os paulistanos podem esperar?
“O que posso oferecer é parte da minha liderança conquistada pelo Lide ao longo dos últimos 14 anos, abrigando mais de 1,7 mil empresas e mais de 3,5 mil empresários, que defendem o Brasil e querem a transformação do país.”
O empresário avaliou ainda que hoje “o Brasil é um país triste, perdedor. Por isso, as famílias vão às ruas no domingo (16) em um movimento legítimo. Eu fui nos outros dois e também estarei neste na avenida Paulista, com minha mulher e filhos”, finalizou.