Nesta guerra insana e hipócrita das vacinas, onde a saúde pública parece ser o que menos importa, há muitas questões obscuras, além de interesses milionários em jogo.
A primeira delas é: por que as vacinas chinesas, que estão sendo desenvolvidas no país, não são testadas em sua gigantesca população?
Por que no país, onde o vírus surgiu e que estranhamente foi um dos únicos a não registrar a segunda onda, não se discute a possibilidade de ser obrigatória, como acontece hoje no Brasil?
Porque a China, a exemplo de muitos países, aguarda a finalização e a aprovação da vacina de Oxford, visto que não tem tradição em fabricação de vacinas. Está surpreso?
Então, vamos refrescar um pouco a memória:
A China foi a primeira nação a assinar acordo de exclusividade com a AstraZeneca, que fabrica a vacina em parceria com os pesquisadores da Universidade de Oxford.
A AstraZeneca é hoje um dos maiores grupos farmacêuticos do mundo, criado em 1999 da fusão da sueca Astra AB com o Zeneca Group, do Reino Unido. Tem sede em Cambridge, na Inglaterra e seus produtos são vendidos para mais de 100 países.
Assim, a Shenzhen Kangtai Biological Products, uma das maiores farmacêuticas chinesas, garantiu no acordo, firmado no início de agosto, que terá capacidade para produzir cerca de 100 milhões de doses da vacina da Oxford até o final de 2020.
A AstraZeneca também assinou acordos com os Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul e Brasil, que incluem a produção de 2 bilhões de doses de vacina.
Ela está sendo testada no Brasil, em estudo liderado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Na semana passada, um médico brasileiro, de 28 anos, voluntário do ensaio, morreu vítima de coronavírus. O estudo já havia sido suspenso em outras ocasiões por problemas em voluntários, uma situação considerada normal em ensaios clínicos.CHI
Curiosamente, em junho (dois meses antes do acordo chinês com a vacina de Oxford), o governador de São Paulo, João Dória, firmou parceria com outro laboratório chinês, o Sinovac, para iniciar os testes no Brasil da Coronavac, em parceria com o Instituto Butantan.
Os estudos com voluntários começaram em julho. E, mesmo sem a aprovação científica da Coronavac, ele anunciou a construção de uma nova fábrica, que vai custar R$ 160 milhões, bancados pela “iniciativa privada”.
Não sabemos quem são essas “almas generosas” que investem em uma fábrica de vacinas sem qualquer garantia de que ela será eficaz e aprovada. Ou será que sabemos?
Na contramão da ciência, que pede cautela e tempo maior para estudos, Dória disse que a vacina seria obrigatória em todo o estado de São Paulo, a partir de dezembro de 2020. E quer incluí-la no calendário nacional do SUS.
O anúncio provocou polêmica, embates políticos e indignação em muitos brasileiros. O presidente Jair Bolsonaro garantiu que nenhuma vacina seria obrigatória, como manda a Constituição. “Os brasileiros não são cobaias”, disse Bolsonaro.
Daí para a judicialização foi um passo: a oposição, aproveitando a brecha, entrou com pedidos no Supremo Tribunal Federal para tornar a vacina obrigatória. O caso será julgado na próxima semana.
Esse julgamento não faz o mínimo sentido e o Brasil é o único país que vive situação semelhante, uma vez que os mais renomados cientistas globais acreditam que uma vacina só estará disponível em meados de 2021.
Segundo o renomado jurista Ives Gandra Martins, nem estado nem a União podem obrigar qualquer pessoa a tomar vacina, caso não queira. “O direito do cidadão é inviolável”, disse.
Mas, liberdade individual é algo que tiranos desconhecem.
O lobby chinês está no ar, agindo por meio de políticos sem a mínima noção de ética e respeito ao país onde vivem.
E é muito mais perigoso do que o vírus. Precisamos de coragem e atitude para enfrentá-lo!