Ano novo, vida nova e a liberdade de expressão vira assunto global: Mark Zuckerberg, CEO da Meta (Facebook e Instagram), disse nesta terça-feira (7) que vai trabalhar com o presidente Donald Trump “para impedir que governos ao redor do mundo vão atrás de empresas americanas para empurrar censuras”.
Em vídeo que circulou em suas próprias redes sociais, ele afirmou que, na América Latina, há “tribunais secretos que podem mandar companhias derrubarem conteúdos de forma silenciosa”. Zuckerberg citou ainda o exemplo de países europeus que têm “um número crescente de leis institucionalizando a censura e tornando difícil a construção de qualquer coisa inovativa”.
Zuckerberg anunciou novas medidas que serão adotadas em suas empresas em prol da liberdade de expressão, entre elas o uso do sistema de “notas de comunidade”, recurso utilizado com sucesso por Elon Musk na plataforma X. Ele enfatizou a volta da empresa às raízes, afirmando que suas redes sociais surgiram “para dar voz às pessoas”.
Outra novidade importante é o fim do serviço de checagem (o fact-checking) de informação nos Estados Unidos no Facebook, Instagram e WhatsApp, aliás, uma ferramenta que trouxe muita controvérsia e cancelamentos nos últimos quatro anos.
““Antes, tínhamos filtros que escaneavam qualquer violação de política. Agora, vamos focar esses filtros em lidar com violações ilegais e de alta severidade. E para violações de menor severidade, vamos depender de alguém relatar um problema antes de tomarmos uma ação”, afirmou.
ALIANÇA COM TRUMP
Depois da vitória de Donald Trump, a aproximação de Zuckerberg com o presidente eleito foi rápida. Ele foi recebido na casa de Trump em Mar-a-Lago, na Flórida, e logo na sequência doou US$ 1 milhão para a festa da posse do novo presidente, em 20 de janeiro. Outros CEOs de gigantes da tecnonologia, como Jeff Bezos, da Amazon, e Sam Altman, da OpenAi (ChatGPT) fizeram o mesmo.
Para op CEO da Meta, “a única maneira de resistirmos a essa tendência global é com o apoio do governo dos EUA. E é por isso que tem sido tão difícil nos últimos quatro anos, quando até mesmo o governo dos EUA pressionou pela censura. Ao nos atacar e a outras empresas americanas, isso encorajou outros governos a irem ainda mais longe”, afirmou.
MUDANÇAS NO CONSELHO
Zuckerberg também anunciou três novos nomes para o conselho, entre eles Dana White, CEO do Ultimate Fighting Championship (UFC), um dos executivos mais influentes da indústria da mídia e grande apoiador de Trump.
Os outros dois são Charlie Songhurst, investidor e ex-executivo da Microsoft que já aconselha a Meta sobre produtos de inteligência artificial, e John Elkann, CEO da Exor, holding controlada pela família Agnelli que possui participações em empresas europeias, incluindo a Ferrari e o Juventus Football Club.