É indiscutível a força que as chamadas “fake news” (notícias falsas) ganham nas mídias sociais, especialmente na atual fase do Brasil, um país polarizado, em que muitos não têm o hábito de ler o texto e checar a fonte. E compartilham as postagens impulsivamente, apenas pelo título – feito exatamente com este objetivo. Ou seja: viralizar!
O mais complicado é que os internautas as publicam em vários grupos com milhares de seguidores e centenas de pessoas comentam, mesmo sabendo que a notícia é falsa. Os comentários vão interagir com outras centenas de usuários. A intenção de alerta é louvável, porém abastece a rede de mentiras quando é compartilhada – seja em grupos contra ou a favor.
Em poucos segundos, a história é dada como “real” e causa transtornos à vida do personagem envolvido maldosamente na postagem, além de incendiar os ânimos. Dessa artilharia virtual, poucos escapam – sejam presidentes da República, políticos, juízes, celebridades ou simples mortais. A rede é feroz! E a execução da vereadora carioca Marielle Franco mostrou o quanto essas notícias falsas provocam ruídos!
No túnel escuro da Web, onde circulam milhões de informações por segundo, estão os “laboratórios” contratados para fazer esse trabalho sujo, que inferniza a vida dos outros. Ganham muito dinheiro com isso e, para eles, quanto mais ódio e polêmicas, melhor!
Eles são chamados de Lado B, conforme mostrou uma recente reportagem do programa Fantástico, da Globo, que deu o passo a passo da notícia falsa, alertando como é fácil produzi-la. E eles são ousados: chegam até a remeter os links a sites internacionais, ou até mesmo de órgãos de imprensa, para dar mais credibilidade. Nem tudo que é internacional e está na internet é verdadeiro! Aliás, boa parte não é!
Os internautas, mesmo sendo alertados continuamente sobre essa prática, continuam fazendo exatamente o que a turma do Lado B quer: dão audiência, visibilidade. Quando uma notícia falsa começa a viralizar na rede, os seus criadores fazem a festa em seus esconderijos virtuais! Não importa que seja desmentida depois. Sabem que o tempo de exibição foi suficiente para atingir o alvo. O importante para eles é “cair na rede”.
Em um ano eleitoral (e com os graves problemas políticos e econômicos do Brasil), esses laboratórios de notícias falsas já estão trabalhando a todo vapor e a tendência é que intensifiquem a artilharia, já muito pesada. Quanto mais a política aquece, mas a fake news aparece.
As mídias sociais tentam combater essa “praga”, que denigre o jornalismo sério e prejudica tanta gente. Facebook e Twitter estão cada vez mais atentos uma vez que a credibilidade deles também fica ameaçada e já enfrentam problemas nesse sentido.
Apesar de investirem milhões em novas ferramentas de combate, elas não surtirão o efeito desejado se os usuários das plataformas não colaborarem. Afinal, quando você compartilha em sua página uma notícia falsa, vira uma espécie de co-autor do post, porque está de alguma forma dando importância e audiência.
Assim, em vez de comentar ou brigar com o autor da postagem, incentivando o discurso de ódio, denuncie ao Facebook. É muito rápido e prático (as ferramentas estão à mão). Também denuncie a postagem ao administrador do grupo para que ele tome as providências, banindo o impostor.
Depois, apague a postagem de sua timeline e, se quiser, não precisa nem bloquear o autor. Apenas deixe de segui-lo para que ele não se alimente de sua rede e ganhe cada vez mais dinheiro às suas custas!
Pessoal, informação é coisa séria e a consciência do internauta, a melhor arma para ‘matar” a fake news. Não se deixe manipular pelos que fazem da mentira uma indústria!
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