Está acirrada a disputa por vacinas na União Europeia e o ritmo lento da vacinação virou uma conturbada questão política.
Isso porque apenas 5,5% da população de 447 milhões do bloco recebeu a primeira dose da vacina, segundo último relatório da OMS.
Esses dados mostram que o Brasil em termos de vacinação caminha bem: o país já imunizou 7,6 milhões de brasileiros, o equivalente a 3,47% da população.
E o Ministério da Saúde divulgou cronograma, planejando imunizar 230,7 milhões de brasileiros até julho. Esse número é maior do que a população (212 milhões) porque algumas vacinas exigem duas doses.
BLOQUEIOS
Enquanto isso, a Itália bloqueou na quarta-feira (4) a exportação de 250 mil doses da vacina para a Austrália.
O ministro de saúde da França disse que o país também poderá bloquear os embarques de vacinas no futuro. Porém, defendeu uma abordagem europeia mais compartilhada.
Essas ações resultam da queda-de-braço da UE com a AstraZeneca depois que a gigante farmacêutica diminuiu o número de doses que deveria entregar em 2021.
Indignada, a Comissão Europeia adotou medidas que dão aos estados membros aval para restringir a exportação de doses para fora do bloco.
DESCONFIANÇA
Mas, a briga não se restringe à compra de vacinas. O presidente francês, Emmanuel Macron, questionou a eficácia da vacina Oxford/AstraZeneca para maiores de 65 anos, provocando insegurança.
Outros países europeus também estabeleceram limites de idade, justificando a decisão pela falta de informações de estudos clínicos sobre os efeitos em pessoas mais velhas. Milhões de doses da Oxford acabaram encalhadas!
Já Suécia, Alemanha e Bélgica liberaram os limites de idade depois que o Reino Unido divulgou no início da semana que uma única dose da AstraZeneca é altamente eficaz contra infecções graves e hospitalização entre pessoas idosas.
Os países europeus também começam a se movimentar para produzirem suas próprias vacinas. Aústria e Dinamarca anunciaram planos para um fundo conjunto de pesquisa e parceria com Israel para eventual produção futura de imunizantes.
Nesse quesito, o Brasil está em vantagem: é o único da América Latina que tem dois institutos renomados – Butatan e Fiocruz – produzindo suas próprias vacinas.
Se não fosse a politização da doença, acompanhada de alarmismo por parte da mídia, estaríamos muito mais tranquilos para enfrentar a pandemia!