A natureza oferece aos paulistanos um belo espetáculo: neste finalizinho de agosto, a florada das cerejeiras traz um colorido poético ao Jardim Botânico, parque na zona sul da cidade. Os tons rosados, que nos remetem à primavera do Japão, aqui brilham entre julho e agosto.
E o mais interessante é que, totalmente adaptadas ao clima da cidade, elas convivem harmoniosamente com espécies nativas da Mata Atlântica que são abundantes por ali. As flores duram poucas semanas e são vistas como símbolo da resiliência no contexto urbano.
Além das cerejeiras, os ipês (rosa, roxo e amarelo), com espécies que podem chegar até 30 m de altura, também estão floridos. Essas árvores atraem abelhas nativas, beija-floes e outros polinizadores que auxiliam na manutenção da biodiversidade local.
Aos que querem plantar ipês ou cerejeiras em seu próprio jardim, saiba que isso é possível, sim. Mais sensíveis, as cerejeiras precisam de um local ensolarado, com solo bem drenado e clima ameno. Algumas variedades já adaptadas ao Brasil, como a cerejeira-do-japão ornamental, podem florescer bem em regiões de altitude ou com invernos bem marcados.
Já os ipês, especialmente os rosa e amarelo, são mais resistentes e ideais para grandes espaços. Essas árvores pedem sol pleno e solo fértil nos primeiros anos, mas depois ficam bastante tolerantes à seca.
O Jardim Botânico é um parque muito especial na cidade. Além de muito verde e agora as flores, ele tem um museu que conta a história da botânica, um espaço meliponário para conhecer as abelhas nativas, estufas que são consideradas o cartão-postal do parque, além de trilhas e lagos para relaxar em meio à Mata Atlântica.
Tem ainda uma exposição chamada Povos Originários, com mais de 800 peças que celebram a riqueza cultural dos povos indígenas brasileiros.
É muito bom passar algumas horas por lá, especialmente nestes dias ensolarados de agosto que antecedem a primavera.