GRACIAS, DIEGO: MARADONA ‘LIBERTA’ OS ARGENTINOS DO MAIS LONGO LOCKDOWN DA HISTÓRIA!

      A morte de Diego Maradona, aos 60 anos, chocou os argentinos, mas também os  ‘libertou’ do mais longo confinamento de suas vidas. Eles estavam trancados há quase nove meses por conta do coronavírus.

     Porém, quando o corpo do jogador chegou à Casa Rosada, sede do governo no centro de Buenos Aires, na manhã desta quinta-feira (26), milhares de fãs se aglomeraram para se despedir do ídolo.

   A distância social foi liberada para que todos pudessem extravasar a dor do luto. Boa parte dos fãs não usava máscaras.

    A multidão era tamanha que a polícia teve dificuldades para contê-la e houve confrontos, cenas que devem se repetir nos próximos dois dias.


    O governo estima que 1 milhão de pessoas deverá comparecer à Casa Rosada para se despedir do ídolo. Curiosamente, é quase o mesmo número de casos da doença no país, que ocupa o quarto lugar no ranking mundial.

   
  É óbvio que a morte de Maradona seria uma comoção nacional e ele merece todas as homenagens do mundo. Mas, e a pandemia?

  E o rígido isolamento que deixou os argentinos em prisão domiciliar por cerca de nove meses, nocauteando de vez a economia já combalida bem antes da covid-19?

  O vírus não se dissemina em longos velórios de craques mundiais?

  Maradona não entrará para a história apenas pela genialidade do seu futebol. Mas, sim, por ter libertado o povo de seu país de origem da quarentena mais radical que o mundo contemporâneo já assistiu.

   Nem que seja apenas por algumas horas!