Mais um capítulo do conflito entre EUA e China: o Departamento de Justiça americano acusa dois supostos hackers chineses de serem os responsáveis pela ação global de invasão cibernética, na qual teriam roubado segredos comerciais milionários. Também teriam tentado atingir empresas que realizam pesquisas para a produção de vacinas contra a covid-19.
Nesta quarta-feira (22), o presidente Donald Trump mandou fechar o consulado da China, em Houston, no Texas, para “proteger a atividade intelectual” do país.
Segundo os promotores federais, o objetivo principal não era apenas o ganho financeiro pessoal, mas entregar dados roubados ao Ministério de Segurança e outras agências governamentais chinesas. Em maio o FBI já tinha alertado para a atividade dos hackers relacionadas às pesquisas da vacina.
Em um comunicado à imprensa, o governo dos EUA afirma que “os hackers roubaram terabytes de dados que constituíam uma ameaça sofisticada e prolífica às redes norte-americanas. Mais recentemente, os réus investigaram vulnerabilidades em redes de computadores de empresas que desenvolvem vacinas COVID-19, testando tecnologia e tratamentos”.
Segundo o indiciamento, os dois hackers roubaram informações “sobre programas militares de satélite, redes sem fio militares e sistemas de comunicação; sistemas de microondas e laser de alta potência; um sistema de armas contra-químicas; e sistemas de integração navio-helicóptero”.
Em entrevista coletiva nesta terça-feira (21), o procurador-geral John Demers disse que:
“A China agora ocupa seu lugar, ao lado da Rússia, Irã e Coréia do Norte, no vergonhoso clube de nações que fornecem refúgio seguro a cibercriminosos para trabalhar em benefício do estado, alimentando a fome insaciável do Partido Comunista Chinês pela propriedade intelectual conquistada por empresas americanas e outras não chinesas, incluindo a pesquisa da covid-19.”
Embora o Departamento de Justiça tenha dito que pelo menos quatro empresas americanas que trabalham com tratamento e teste de coronavírus foram alvo de Xiaoyu e Jiazhi, a acusação do escritório de advogados dos EUA em Spokane, Washington, não confirma que eles tenham acessado com sucesso as redes ou dados de empresas e roubaram informações de pesquisas relacionadas ao coronavírus.
A acusação afirma que Xiaoyu e Jiazhi também forneceram ao Ministério da Segurança do Estado da China os dados pessoais de dissidentes chineses e outros críticos do governo, comprometendo contas de emails.
Segundo a imprensa americana, ambos estão sendo procurados pelo FBI, embora sabe-se ser muito difícil capturá-los. Mas, a polícia que a medida serve para torná-los públicos, visto que até então não eram rastreados, e alertar sobre a atividade cibernética realizada pela China.