Um homem, de 70 anos, foi o primeiro do mundo a receber o inédito remédio contra o Alzheimer, aprovado no início de junho.
Morador de Rhode Island, nos Estados Unidos, Marc Archambault, é corretor de imóveis e tomou a injeção da droga, comercializada sob a marca Aduhelm.
Segundo o fabricante, o remédio remove os depósitos pegajosos de uma proteína do cérebro de pacientes em estágios iniciais da doença que atinge principalmente idosos.
A aprovação do medicamento pelo FDA, orgão regulador americano, gerou críticas e até a renúncia de três membros do comitê executivo.
Outros questionaram que o processo foi muito rápido e que precisava de mais estudos clínicos.
O médico Stephen Salloway, que supervisiona o Programa de Memória e Envelhecimento do Hospital em Butler, disse que cerca de 100 pacientes receberão a droga uma vez por mês.
“Hoje, estamos fazendo história e abrindo uma nova era no tratamento da doença”, disse ele nesta quarta-feira (16).
A rapidez na aprovação do medicamento pelo FDA costuma acontecer com doenças que têm poucas terapias e onde há uma expectativa de benefício, apesar de incertezas.
O paciente que estreou o tratamento disse estar “feliz” e que a droga pode ser a última chance que o mal de Alzheimer avance para um estágio avançado, que lhe tiraria a capacidade de manter uma conversa e até mesmo os movimentos.
A doença afeta cerca de 6 milhões de americanos de todas as idades em 2021, sendo a sexta causa de mortes no país. E não tem cura.
Ela provoca vários transtornos, como redução nas habilidades cognitivas, comportamentais e físicas. Responde por cerca de 70% dos casos de demência e costuma afetar pessoas com 65 anos ou mais.
A fabricante Biogen acredita que cerca de 1,5 milhão de americanos estejam aptos a receber o tratamento, que exige uma aplicação por mês.