Quem vai socorrer a Índia? O país agora é o epicentro do coronavírus no mundo com 4.529 mortes em apenas 24 horas e outros 260 mil casos.
O país bateu nesta quarta-feira (19) o recorde anterior dos Estados Unidos, no início de janeiro.
Os dados, alarmantes, podem ser ainda piores. Especialistas acreditam que, por haver subnotificação de casos, esses números devem ser entre cinco e dez vezes mais altos.
Hoje, há 25,5 milhões de infectados no país, cuja saúde pública vive uma situação de absoluto caos. Faltam hospitais, medicamentos, oxigênio, crematórios e até mesmo lenha para incendiar os milhares de corpos.
Embora o número de casos diários esteja um pouco menor, o vírus agora se espalha para o interior do país, na área rural, onde as condições da saúde pública são ainda mais precárias.
O rio Ganges, sagrado para os indianos, tornou-se um cemitério a céu aberto onde são avistados dezenas de corpos enterrados em covas rasas às margens ou até mesmo boiando dentro do rio. Dizem que muitos desses mortos teriam sido vítimas da covid e, por isso mesmo, estão subnotificados.
Às margens do Ganges, um mar de corpos |
Muitos atribuem essa complicada situação ao governo que, no início do ano, liberou festivais religiosos e aglomerações acreditando que a pandemia estava sob controle.
O alerta de que o mundo, mais uma vez, corre sérios riscos já foi dado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) uma vez que a cepa indiana, muito mais infecciosa, já aparece em 44 países de todos os continentes.