INFLUENCER EGÍPCIA É CONDENADA A 10 ANOS DE PRISÃO POR VÍDEO EM TIKTOK!

 

    A internet e a cultura islâmica mais uma vez entram em conflito: uma influencer egípcia do TikTok sentenciada a dez anos de prisão por um tribunal do Cairo.

   Hannen Hossan, de 20 anos, é acusada de “tráfico humano” por ter encorajado mulheres a compartilhar conteúdo “impróprio” no aplicativo em troca de dinheiro.

  A jovem também foi multada em 200 mil libras egípcias (cerca de R$ 65 mil). O seu advogado disse que ela vai recorrer.

 Após a sentença, no último domingo (20), a moça foi presa pela polícia em um subúrbio do Cairo por não ter comparecido ao tribunal e será transferida para o Ministério Público, diz a Justiça.

 A prisão nesta terça-feira (22) aconteceu depois que ela postou um vídeo nas redes sociais, pedindo às autoridades que retirassem as acusações. E a história viralizou.

“Não fiz nada de imoral para merecer tudo isso. Fiquei presa por 10 meses e não disse uma palavra depois que fui libertada … Por que você quer me prender de novo? ‘questionou.

  Hossam, que estuda em uma universidade do Cairo, tem cerca de 900 mil seguidores no TikTok e está entre os cinco influenciadores mais famosos da mídia social egípcia. 

  As autoridades não gostaram de um vídeo postado por ela em que explicava como as mulheres podem ganhar até US$ 3 mil usando a plataforma de criação de vídeo Likee.

   A Justiça do país interpretou a postagem como promoção de mulheres vendendo sexo online.

  Assim, a promotoria a acusou de tráfico de pessoas por “usar meninas em atos contrários aos princípios e valores da sociedade egípcia com o objetivo de obter benefícios materiais”, diz a imprensa local.

  A sentença gerou críticas dos defensores de direitos. “‘A decisão é dura e exagerada”, disse Reda Eldanbouki, diretora executiva do Centro de Mulheres para Orientação e Conscientização Legal.

 Ela afirmou ainda que ‘tal veredicto restringe o direito à liberdade de opinião e expressão e visa controlar os corpos das mulheres e impor a tutela sobre suas ações”.
 O caso de Hassam não é o único no país. Outras garotas que fazem sucesso nas mídias sociais também já foram condenadas e presas. 
  Para os grupos de direitos humanos, as liberdades sofreram restrições no Egito desde que o presidente Abdel Fattah al-Sisi assumiu, em 2014.


 Seu governo impôs controles rígidos da internet por meio de leis que permitem às autoridades bloquear sites vistos como uma ameaça à segurança nacional e monitorar contas pessoais de mídia social com mais de 5 mil seguidores.