INSTAGRAM É ACUSADO DE PROMOVER PEDOFILIA

   O Instagram é acusado de vincular seus algoritmos de recomendação e até de promover uma “vasta rede de pedofilia”, que anunciava a venda de “material sexual infantil”, algo considerado ilícito na plataforma. 

  A história foi publicada pelo Wall Street Journal. A rede social permitia que os usuários pesquisassem por hashtags relacionadas ao abuso sexual infantil, incluindo termos como #pedowhore #preteensex, #pedobait e #mnsfw – este último um acrônimo que significa “menores não são seguros para o trabalho”, segundo disseram pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade de Massachusetts Amherst ao jornal.

  Essas hashtags direcionavam os usuários para contas que estariam oferecendo a venda de materiais pedófilos feitas por meio de menus de conteúdo, que incluíam vídeos de crianças se machucando ou cometendo atos de bestialidade, afirmaram os pesquisadores.

  A investigação do jornal, em conjunto com os pesquisadores americanos, revelou ainda que algumas contas permitiram que os compradores “comissionassem atos específicos ou organizassem encontros”.

  O Observatório da Internet de Stanford usou hashtags associadas a sexo com menores de idade para encontrar 405 vendedores do que os pesquisadores rotularam de material sexual infantil “autogerado, ou seja, contas supostamente administradas pelas próprias crianças, algumas dizendo que tinham apenas 12 anos. Maltego, um software de mapeamento de rede,  mostrou que 112 dessas contas de vendedor juntas tinham 22 mil seguidores únicos.

  

CONTAS BLOQUEADAS

 Sarah Adams, influenciadora de mídia social canadense e ativista sobre a exploração infantil online, disse ao Journal que recebeu o algoritmo de recomendação do Instagram.

  Segundo ela, um dos seus seguidores encontrou, em fevereiro, uma conta na plataforma chamada “crianças incestuosas”, com uma série de “memes pró-incesto”.

  Adams, que é mãe de dois filhos, relata ter interagido com a página apenas o tempo suficiente para denunciá-la ao Instagram.  

  Após essa breve interação, a influenciadora soube por seus seguidores que o Instagram passou a recomendar a conta de “crianças incestuosas” aos usuários que visitaram seu perfil.

  A Meta –  dona do Facebook e do Instagram – confirmou ao jornal a existência da conta e disse que ela violou suas políticas.

  Procurado pela imprensa americana, um porta-voz da empresa disse que diante das denúncias a plataforma restringiu o uso de “milhares de termos de pesquisa adicionais e hashtags no Instagram”.

 Funcionários atuais e antigos da Meta, que trabalharam em ações de segurança infantil no Instagram, estimam que o número de contas principalmente para seguir esse conteúdo está na casa das centenas de milhares, senão milhões.

 A Meta informou que desativou mais de 490 mil contas que violaram suas políticas de segurança infantil em janeiro e bloqueou mais de 29 mil dispositivos por violações de políticas, entre 27 de maio e 2 de junho.

  Acrescentou ter derrubado 27 redes que espalhavam conteúdo abusivo em suas plataformas de 2020 a 2022. E que criou “uma força-tarefa interna para investigar esses casos e resolvê-los imediatamente”.

  O Instagram é uma rampa para lugares na internet onde há mais abuso sexual infantil explícito”, disse ao jornal Brian Levine, diretor do UMass Rescue Lab, que pesquisa a vitimização infantil online e desenvolve ferramentas forenses para combatê-la.