A inteligência artificial deverá ser a grande ameaça cibernética em um futuro bem próximo, principalmente no Brasil onde existem 230 milhões de smartphones ativos.
Dos ambientes domésticos, onde usamos assistentes de voz e dispositivos conectados, aos empresariais, a presença do chamado machine learning pode nos deixar nas mãos de criminosos, se não tivermos proteção adequada.
O sinal vermelho é dado pela Allot, provedora líder de soluções de inteligência e segurança de redes. Para se ter ideia do perigo, a startup Lyrebird criou um algoritmo capaz de imitar a voz de qualquer pessoa e aprender a falar da mesma maneira as mesmas expressões verbais.
Essa ferramenta, baseada na inteligência artificial, foi constatada pelo uso de um algoritmo que imitou os últimos presidentes dos Estados Unidos.
Portanto, se os hackers usassem um algoritmo para criar bots que imitam pessoas com mais precisão, poderiam acessar banco de dados pessoais, senhas, contas bancárias ou informações de cartões de crédito de milhares de pessoas.
Segundo a FGV-SP, há no Brasil 230 milhões smartphones ativos – mais do que um aparelho por brasileiro. E os modelos mais recentes adotam em seus novos chips inteligência artificial.
Assim, o dispositivo pode interpretar certas ações repetidas de seus proprietários (horários, preferência de restaurantes, compras etc) para prever a demanda de uso e serviços. “Essa funcionalidade também pode ser explorada por criminosos”, explica Thiago Souza, responsável pela Allot no Brasil.
Ou seja: à medida que temos nossas vidas mapeadas, os hackers também podem fazer uso dessas informações para assumirem o controle dos celulares ou até mesmo nossas identidades.
Além disso, é cada vez mais usual a comunicação com serviços bancários ou e-commerces por meio de aplicativos mobile ou web com mensagens que são respondidas por chatbots (robôs).
“A inteligência artificial e o machine learning, que vêm aprimorando os negócios de muitas empresas, também deverão aprimorar uma nova geração de ataques, cada vez mais inteligentes e sofisticados”, diz Thiago Souza.