A Universidade de Oxford, na Inglaterra, confirmou nesta quinta-feira (25) que sofreu um ataque hacker na Divisão de Biologia Estrutural, informa a revista Forbes.
A publicação já havia revelado anteriormente que cibercriminosos estavam exibindo acesso a vários sistemas, incluindo máquinas usadas para preparar amostras bioquímicas.
A universidade acionou o National Cyber Security Center, filial da agência de inteligência britânica ( a GCHQ), que investiga o ataque.
“Não houve impacto em nenhuma pesquisa clínica, pois esta não é feita no setor afetado”, disse um porta-voz da Oxford. E acrescentou que os sistemas afetados não tinham dados de pacientes.
Na reportagem, a Forbes conta ter sido alertada sobre a invasão por uma empresa de cybersegurança, que forneceu capturas de tela do acesso dos hackers aos sistemas da Universidade de Oxford, uma das pioneiras em pesquisas sobre o coronavírus.
As interfaces obtidas pela revista demonstravam ser um possível equipamento de laboratório, com a capacidade de controlar bombas e pressão. Também apontavam que a violação continuou até recentemente.
A Oxford confirmou que as máquinas hackeadas foram usadas para purificar e preparar amostrar bioquímicas, como proteínas criadas em laboratório para pesquisas. Essas amostras foram usadas nos estudos do coronavírus no laboratório.
Assim, o ataque hacker preocupa. Uma violação desse tipo pode colocar os dados de pesquisas sob o risco de serem roubados, incluindo as da covid-19.
Outra ameaça seria a sabotagem da pesquisa, caso os hackers tenham capacidade de mexer no fluxo de líquidos ou em outros aspectos da tecnologia de purificação.
Para o o professor Alan Woodward, especialista em segurança cibernética da Universidade de Surrey, pelo atual interesse em estruturas moleculares na pesquisa da Covid, pode-se especular que era alguém procurando dados sobre o vírus ou a vacina, e não para sabotar pesquisas.
FALANDO EM PORTUGUÊS
A Hold Security, empresa que alertou a Forbes, disse ter percebido que os hackers falavam português. Algumas das outras vítimas do grupo incluem universidades brasileiras e eles também usam ransomware para extorquir algumas delas.
Embora não estejam diretamente envolvidos no desenvolvimento da vacina Oxford-AstraZeneca, que é o domínio do Oxford Vaccine Group e Jenner Institute, os cientistas do laboratório atacado estão investigando como as células da covid-19 funcionam e como impedir que causem danos. Isso inclui potenciais estudos para vacinas futuras.
A Interpol alertou em 2020 que o crime organizado provavelmente teria como alvo os envolvidos nas pesquisas e no desenvolvimento de vacinas da covid-19.
O caso na Universidade de Oxford pode ser o primeiro exemplo significativo de tal ataque.
“Estamos trabalhando para compreender totalmente o impacto na Universidade de Oxford, disse um porta-voz da inteligência britânica.