Seria esta uma visão apocalíptica, um sinal dos céus? Imagens do Mar Morto, na Jordânia, surgiram nas redes sociais tingidas de vermelho sangue. E elas, de fato, impressionam.
A lagoa vermelha próxima ao Mar Morto está localizada na região bíblica de Moabe, a atual Jordânia. E o Ministério de Água e Irrigação recolheu amostras para descobrir a origem do fenômeno ainda não explicado.
Alguns relembraram do Antigo Testamento quando as águas do rio Nilo foram transformadas em sangue durante as dez pragas que Deus lançou sobre o faraó do Egito para libertar os judeus da escravidão.
Essa região da Jordânia, onde está localizada a lagoa vermelha, também remete às histórias bíblicas. Ele fica no local onde existiram no passado as lendárias cidades de Sodoma e Gomorra, que foram destruídas.
Há inclusive uma rocha de pedra que os jordanianos dizem ser a mulher de Lo, que na história bíblica virou estátua de sal ao olhar para trás. Eu estive lá e vi: a rocha é impressionante.
A história bíblica estaria se repetindo?
Mar Morto, onde existiram as cidades de Sodoma e Gomorra Foto Simone Galib |
POSSÍVEIS CAUSAS
Foto Jerusalem Post/Reprodução |
Para o diretor de Agricultura do Vale do Jordão do Sul, Yassin al-Kasasbeh, esse fenômeno ocorre em lagoas próximas aos mares pela presença de um certo tipo de bactéria e algas que mudam de cor com a presença da luz solar.
A tese não explica, porém, a mudança repentina de uma única lagoa, enquanto as demais não exibiram o mesmo fenômeno. Vale lembrar que a região tem sol praticamente o ano inteiro. Por que as algas sofreriam mutação de cor somente agora?
Foi levantada ainda a tese de que a presença de óxido de ferro na água poderia ser a responsável pelo fenômeno.
Mas, ainda não há uma resposta por que o óxido de ferro surgiu na lagoa e por que a mudança de cor foi tão rápida.
Os geólogos da Jordânia também analisam a hipótese de que a cor vermelha pode ter sido resultado de substâncias colocadas por humanos.
A tese ganhou repercussão entre os moradores locais, que acusaram o governo de ocultar uma fonte de poluição ou de usar a lagoa como depósito de resíduos químicos.