LIVRO TRAZ O MELHOR DA CULINÁRIA ÁRABE COM RECEITAS VEGETARIANAS!

     Vocês não imaginam a alegria que senti quando cheguei em casa e encontrei uma sacola com o livro Cozinha Árabe Vegetariana (DBA ed.), que Ruthinha Salem vai lançar na segunda-feira, 19 de agosto, na Livraria da Vila, nos Jardins, em São Paulo.


     Como num passe de mágica, estavam ali alguns dos meus maiores e mais recentes desejos do coração. Nascida em uma família de origem libanesa por parte de pai, eu vivi boa parte da minha vida sentindo o cheiro das especiarias, vendo minha avó amassar o trigo para fazer o quibe sentada à mesa da cozinha ou preparando aqueles almoços de domingo, sempre fartos e regados a azeite de oliva.


    Já adulta, revivi os aromas, sabores e memórias afetivas nas várias viagens que fiz ao Marrocos, Egito, Líbano, Turquia e Jordânia. Em todos esses países, sentia-me totalmente em casa na hora das refeições. E entrava em uma espécie de êxtase olfativo ao circular pelos mercados árabes de Beirute, do Cairo e de Istambul.

Quibe de soja                  Fotos Divulgação



    Por que não aprendi a cozinhar com minha avó, minhas tias, todas tão habilidosas? Por que ao menos não fiz um rascunho de receitas da família para a posteridade, nem que fosse apenas para guardar de lembrança já que cozinha nunca foi muito a minha praia? Essas perguntas estão sempre assombrando meus pensamentos.


   Agora que praticamente todos os familiares se foram,  cá estou eu frequentemente, e com certa dose de culpa, buscando na internet como fazer os pratos cotidianos de minha infância dos quais sinto tanta saudade. Tudo bem, há centenas de receitas. Mas, faltava o principal ingrediente: a essência, o toque da origem!


   Agora não falta mais. O livro de Ruthinha, que assim como eu cresceu em uma família sírio-libanesa e viajou boa parte do mundo árabe, vem deliciosamente preencher essa lacuna. 


   E com ingredientes a mais: receitas milenares dos nossos antepassados adaptadas à cozinha vegetariana, porque a própria autora com o passar do tempo optou por não comer mais carne. E, para dar vida a este projeto, viveu o desafio de revisitar os pratos sem que perdessem seus sabores exóticos e as memórias de sua própria família.  


   Com belas fotos ilustrando cada prato, o livro (ed. DBA, 168 pág.) traz ainda um breve histórico de temperos e grãos usados na culinária sírio-libanesa e seus benefícios à saúde. Tudo muito didático, saudável e fácil de entender!



      Ah… tem ainda os doces, o sorvete de miski, as bebidas, como a limonada à base de xarope de romã e água de rosas, e os café com cardamomo! 


    Um livro de dar água na boca. Como diz o publicitário Nizan Guanaes no prefácio: “Mundo, tá na mesa”!