A avenida Paulista, em São Paulo, já foi palco de inúmeras manifestações, mas o que se viu neste domingo, 25 de fevereiro, extrapola ideologia política. A pauta era outra. E o que os brasileiros fizeram, pacifica e ordeiramente, foi histórico.
Milhões de pessoas -não importa os números divulgados por uma mídia sem compromisso algum com os fatos e que insiste em brigar com as imagens aéreas para desviar o foco – venceram a barreira do medo e da perseguição, que assola o país, para lutar por suas liberdades individuais e pela volta do Estado Democrático de Direito.
Nenhum tipo de ameaça – e foram muitas ao longo dos últimos dias, inclusive de chuva forte – impediu que pessoas, vindas dos diversos estados do país, começassem a chegar à avenida por volta das 8h30. O ato estava marcado para as 15h.
Por volta das 14h30, já era praticamente impossível usar os trens do metrô, abarrotados. O jeito era caminhar a pé, outra tarefa difícil visto que o espaço ali era mínimo. Mas ninguém, nem mesmo cadeirantes, parecia se importar com isso. Todos queriam se aproximar o máximo possível do palanque montado sobre um trio elétrico. Missão praticamente impossível.
Sem faixas e cartazes com reinvidicações ou críticas, como é de costume e sem pedir SOS a nenhuma instituição, aquelas milhares de pessoas, que ocuparam praticamente o dia inteiro a avenida mais simbólica de São Paulo, deram uma forte demonstração de que só se enfrenta o medo com coragem -e principalmente com consciência.
Durante cerca de duas horas, políticos -parlamentares, governadores e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro – relembraram os últimos acontecimentos dessa fase difícil do Brasil, em que a Constituição não é mais respeitada, há presos políticos condenados sem o devido processo legal, pessoas são perseguidas, jornalistas e juristas são calados e muitos estão exilados.
Mesmo com essa multidão concentrada, não houve nenhum tipo de incidente ou ocorrência policial, como brigas ou furtos de celulares. A paz democrática prevaleceu!
Enquanto muitos estão preocupados com o poder político-econômico, com cargos ou com eleições, os que foram a essa gigante manifestação na av. Paulista, em 25 de fevereiro, deixaram claro sua mensagem.
Eles não querem viver sob qualquer tipo de totalitarismo, não aceitam mais a corrupção, as farras com o dinheiro público, defendem a liberdade de expressão e estão dispostos a lutar para recolocar o Brasil no caminho do crescimento, da igualdade e, principalmente, da prosperidade.
Foi um divisor de águas, que vai além da disputa política em torno do nome do ex-presidente Bolsonaro. E essa força, pacífica e resiliente, emanada pelo povo brasileiro neste domingo, não pode ser ignorada ou classificada erroneamente de “antidemocrática”. Esqueçam a guerra midiática!
Só quem estava lá, no meio do asfalto, no meio daquele povo e sob um sol escaldante durante horas, sabe o que realmente aconteceu.
O resto é narrativa e a história, lá na frente, vai comprovar!