Os incêndios florestais levaram milhares de pessoas às ruas, na sexta-feira, 4 de outubro, às ruas de Santa Cruz de la Sierra, a maior cidade da Bolívia. Mas, o assunto teve pouca repercussão por aqui.
Com faixas e cartazes, manifestantes protestaram contra a posição do presidente Evo Morales sobre as queimadas, que destruíram amplas áreas das florestas do país em 2019.
Eles pediam à população que não votasse em Morales, o líder esquerdista mais antigo da América Latina, nas próximas eleições presidenciais de 20 de outubro. Ele disputa o quarto mandato.
Segundo a Reuters, candidatos e manifestantes da oposição há muito tempo pedem ao governo que declare os incêndios deste ano como desastre nacional para facilitar a ajuda internacional ao pobre país latino-americano. O fogo já consumiu uma área maior que a da Costa Rica.
A cidade industrial de Santa Cruz de la Sierra abriga vasta extensão da floresta Chiquitano, cujas terras são habitadas por tribos indígenas há centenas de anos.
O governo de Morales argumentou que a declaração de desastre nacional poderia incentivar a intromissão estrangeira em uma nação soberana, a exemplo do que aconteceu com a Amazônia, no Brasil de Jair Bolsonaro, que provocou protestos globais.
Para os organizadores, cerca de 1,5 milhão de pessoas saíram às ruas. O governo não deu estimativas oficiais, mas a Reuters informa que cerca de 350 mil pessoas participaram da manifestação.
Com a proximidade das eleições presidenciais, sobe a temperatura política no país. Pesquisas indicam que Morales pode disputar um segundo turno com Carlos Mesa, de perfil mais liberal.