Os brasileiros amam Nova York, a metrópole americana onde vivem e passeiam pessoas do mundo inteiro. Mas, a cidade saiu das matérias de viagens/negócios para ocupar o noticiário político ao longo das últimas semanas.
É que o prefeito novaiorquino, Bill de Blasio, começou a denegrir a imagem do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que iria receber dia 14 de maio o prêmio de Personalidade do Ano em uma noite de gala, promovida pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. Bolsonaro cancelou sua visita ao país e a agenda que teria em Miami.
Senti vontade de conhecer melhor a gestão deste prefeito que usou o cargo político para se intrometer em um evento empresarial em um país democrático e capitalista, levando locais e patrocinadores a rejeitarem a presença de Bolsonaro.
Bill de Blasio é democrata, da ala mais progressista do partido, inimigo de Donald Trump e sonha em disputar as eleições presidenciais em 2020. Em plena pré-campanha, está envolvido em várias denúncias de mau uso do dinheiro público e de corrupção.
Alguns jornais do país dizem desconhecer “um prefeito tão notoriamente inclinado a usar o fisco municipal como um cofrinho
político” (esse enredo é bem familiar para os brasileiros, não?).
No dia 18 de abril, o colunista Bob Mcmanus, do jornal The New York Post, publicou que Blasio “tem sérios problemas de ética desde o primeiro dia, quando deixou cair um contrato multibilionário no Sindicato dos Professores e depois investiu US$ 350 mil nas contas de um extinto PAC (espécie de campanha para Nova York)”. Diz ainda o colunista que ninguém pode fazer nada contra ele.
“A infraestrutura de fiscalização da integridade pública de Nova York está tão comprometida, e tão incompetente, que Blasio é livre para continuar suas manobras pelo restante do seu mandato.”
Entre os últimos escândalos envolvendo o prefeito há um relatório do Departamento de Investigação de Nova York, que aponta outras irregularidades em sua gestão.
“O prefeito pressionou fortemente as pessoas que fazem negócios com a cidade para contribuir com seus vários esquemas políticos. E ele fez isso, apesar das repetidas advertências oficiais de que estava agindo de forma inadequada.” A pressão parece ser mesmo sua estratégia de governo.
Depois de listar vários casos suspeitos da gestão de Blasio, o colunista termina a matéria com uma frase simbólica: “É especialmente bom ser o rei de uma corruptocracia”.
Deu para entender agora por que Bolsonaro desistiu da viagem?
Bill de Blasio usou o discurso da homofobia e da proteção à Amazônia para pegar carona no evento de Bolsonaro, de olho na corrida presidencial.
Só que o presidente brasileiro acabou com a festa. E decidiu receber o prêmio em Dallas, no Texas, dia 14 de maio, onde deverá também se encontrar com empresários americanos.
Fim de festa para Bill de Blasio!