Não é de hoje que o bilionário americano Bill Gates vem alertando que o “mundo não está pronto para uma pandemia mortal”. Com o avanço do coronavírus, ele percebeu que suas previsões começam a acontecer.
“Espero que não seja tão ruim, mas devemos assumir que será até que saibamos o contrário”, escreveu em um artigo para o New England Journal of Medicine.
Ele se referiu ao surto como uma pandemia, embora a Organização Mundial de Saúde ainda não tenha fechado questão a respeito. Para a OMS, o vírus por enquanto tem “potencial pandêmico”. Está presente em 55 países.
Gates comparou o Covid-19 à pandemia de gripe de 1957, que matou mais de 1 milhão de pessoas, e à pandemia de gripe de 1918, que matou 50 milhões. “O atual surto está em algum lugar ao meio.”
“Em qualquer crise, os líderes têm duas responsabilidades importantes: resolver o problema imediato e impedir que isso aconteça novamente. Precisamos salvar vidas”, escreveu.
BANCO DE DADOS
O magnata americano defende a criação de um banco de dados internacional para que os países possam compartilhar informações.
Ele diz ainda que governos e doadores devem financiar instalações de fabricação para obter vacinas em algumas semanas, ressaltando que elas deverão estar acessíveis a todos.
“É a estratégia certa para conter o surto”. Mas, sabe que esse processo pode custar cerca de US$ 1 bilhão nos EUA.
“Dada a dor econômica que uma epidemia pode impor – já estamos vendo como perturba as cadeias de suprimentos e os mercados de ações, além da vida das pessoas – será uma pechincha”, escreveu.
A Fundação Bill e Melinda Gates já doou US$ 100 milhões. Restam ainda alguns bilhões de dólares para combater a doença. “Não há tempo a perder”, alertou Gates.