O ESTUPRO DA BRASILEIRA NA ÍNDIA E A INSENSIBILIDADE HUMANA!

     O triste caso da brasileira que sofreu um estupro coletivo na Índia, enquanto seu marido foi severamente espancado, mostra que a humanidade retrocedeu a níveis impensáveis de selvageria, hipocrisia e maldade -em todos os níveis. 

    Fernanda Santos relatou ter sido estuprada por sete homens enquanto estava acampada com o marido, o espanhol Vicente Barbera, na região de Dumka. Eles estavam a caminho do Nepal. O caso aconteceu na última sexta-feira (1º).

  Nesta segunda-feira (4), o casal recebeu do governo indiano um cheque de US$ 12 mil (cerca de R$ 60 mil reais) a título de “compensação” e três dos criminosos foram presos.

  A influencer brasileira, naturalizada espanhola, tem um perfil com 177 mil seguidores nas redes sociais, onde compartilha as viagens que faz ao lado do marido de motocicleta pelo mundo. Estão casados há dez anos e já conheceram 66 países. 

 Dizem que resolveram acampar para passar a noite por não terem encontrado hotéis nas imediações e que nunca haviam vivido uma situação como essa. 

   Assim que divulgaram o caso, os dois enfrentaram um segundo “ataque”: o de pessoas, ditas normais, que foram à internet criticá-los por terem viajado à Índia, “um lugar perigoso demais”. Como se o mundo hoje fosse um lugar tranquilo em que todos se respeitam como seres humanos!

 Ela contou ter lido diversos comentários dizendo que ambos atraíram a situação. E rebateu as críticas, dizendo que a violência contra a mulher independe de local. No que está coberta de razão. Mulheres costumam ser estupradas dentro de suas próprias casas -desde que o mundo é mundo.

  O que mais me chama a atenção nessa história dolorosa é a insensibilidade alheia e a própria maldade escancarada no julgamento.

  Será que alguém consegue mensurar a dor, principalmente interna, de uma mulher violentada por sete selvagens? Sim, porque esse tipo de atitude extrapola o âmbito do crime. Não podem ser chamados simplesmente de criminosos. É pura bárbarie.

 Será que alguém consegue se colocar no lugar do marido, que presenciou essa situação tão degradante sem poder fazer nada e também foi violentamente espancado?

  Será que um cheque de US$ 12 mil – hoje noticiado com uma naturalidade espantosa pela mídia – é o suficiente para cicatrizar todas as feridas sofridas por esse casal?

  Como as pessoas podem classificar um estupro coletivo como uma simples situação de violência? Como se sentem no direito de julgar os dois? E se fosse com a sua filha, a sua irmã, a sua mãe? Aonde está a empatia com a dor alheia?

  Fernanda e Vicente merecem apoio, carinho e acolhimento -algo que um cheque não pode comprar e a atual insensibilidade humana é incapaz de oferecer!