PACOTE FISCAL DO GOVERNO É PALIATIVO E NÃO EQUILIBRA CONTAS

A avaliação é da FecomercioSP que ainda questiona se o arcabouço fiscal será cumprido e defende uma reforma administrativa. A dívida do país ultrapassa pela primeira vez na história os R$ 9 trilhões, segundo o BC!

O pacote de ajuste fiscal anunciado pelo governo não convenceu e está sendo criticado por vários setores do país, como economistas e mercado financeiro. Ele é temporário, porque as medidas não são suficientes para equilibrar as contas do país a longo prazo e o Brasil precisará de outro plano em breve, afirma a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

Na avaliação da FecomercioSP, não adianta atingir meta estabelecida a partir de cálculos discricionários se a relação entre a dívida pública e o PIB não estiver estabilizada. “Os cortes previstos (cerca de R$ 70 bilhões em dois anos) vão funcionar como medida paliativa, dando fôlego à economia por algum tempo, mas sem as soluções definitivas.
 
Assim, ao não atacar o problema dos gastos pela raiz, o pacote tem efeito temporário e o Brasil vai precisar de outro plano fiscal, já que não se pode alterar as despesas obrigatórias, que hoje comprometem mais de 90% do orçamento, afirma.
 
A FecomercioSP ressalta ainda que algumas despesas não foram consideradas no arcabouço de 2024: caso dos precatórios (na casa dos R$ 44 bilhões), dos custos com as enchentes no Rio Grande do Sul (R$ 29 bilhões), do programa Gás para Todos (R$ 14 bilhões) e a renegociação das dívidas dos estados (cerca de R$ 60 bilhões).

Para a entidade, a pauta prioritária para o país hoje é um debate profundo sobre a reforma administrativa. 

PAÍS ENDIVIDADO

A dívida bruta do Brasil pela primeira vez na história ultrapassou em outubro os R$ 9 trilhões. Os números constam do relatório Estatísticas Fiscais, divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (29). É uma alta de 14,13% em relação a outubro de 2023.

Pressionado pelo cenário fiscal brasileiro, o dólar também iniciou esta sexta-feira com alta de 2%, ao custo de R$ 6,11.

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