Podem procurar nos arquivos dos grandes jornais dos últimos 30 anos: vocês não vão encontrar nenhum caso “jornalístico” semelhante ao que a revista Época, da Editora Globo, brindou nesta sexta-feira, 13 de setembro, os seus leitores com o único intuito de atacar a família do presidente Jair Bolsonaro.
Um desconhecido “repórter” da revista marcou cinco sessões de coaching com a psicóloga Heloísa Bolsonaro, nora do presidente, passando-se por gay deprimido só para saber as opiniões da família sobre temas, como religião e política.
A perseguição ao novo governo deixou de ser política ou ideológica: tornou-se criminosa, oculta, obscura, temerosa. Será que os anos de chumbo, quando a imprensa era censurada e muitos profissionais até perderam suas vidas, não foram suficientes para que hoje valorizassem a liberdade de expressão?
Aos que estão chegando agora ao mercado, afirmo com a experiência de quem passou mais de duas décadas nas grandes redações: esse tipo de comportamento não é jornalismo. É má fé, é crime, é imoral. Ultrapassa qualquer limite de apuração e fere o código de ética do jornalismo.
Definitivamente, nossos dias não eram assim.
O jornalismo usava de instrumentos legais para se manter como uma instituição respeitada. Jornais e revistas tinham compromisso com a informação e, principalmente, com seus leitores. Havia punições internas quando escorregávamos na apuração. Muitos foram demitidos por erros, agora considerados banais perto do que assistimos todos os dias.
Sem dinheiro das milionárias campanhas governamentais, sem audiência e sem credibilidade, essas publicações resolveram partir para o ataque às famílias ou pessoas próximas àqueles que hoje tentam colocar o país nos eixo e ficam sob o fogo cruzado 24 horas. É uma perseguição insana, doentia, nunca jamais vista na história contemporânea do Brasil.
Até mesmo nas organizações criminosas existe um código de ética. Mafiosos não atacam mulheres nem crianças. E são implacáveis com quem desrespeita suas regras.
Como jornalista, sinto-me cada vez mais envergonhada com esse comportamento da mídia. Por conta da política já perdi amigos de profissão; fui forçada a deletar colegas das redes sociais tamanho o nível de agressividade; deixei de ler reportagens assinadas por colegas que foram grandes companheiros de jornada nas redações.
Sei que estão mentindo, manipulando, distorcendo a informação com o intuito de prejudicar alguém ou alguma instituição, sob as asas do “jornalismo investigativo”, que os leitores chamam de lixo.
Por outro lado, também sei que estamos passando por uma fase de total reciclagem para que surja uma nova forma de pensar, de se comunicar e, principalmente, de governar uma nação.
Aos leitores, só posso pedir perdão. Nem todos jornalistas são canalhas, irresponsáveis, impostores e militantes. Ainda temos muitas vozes e profissionais que exercem sua profissão de forma digna.
Peço também um pouco mais de paciência para suportarmos, sem perder a dignidade, as agruras desta fase de transição. A queda dos impérios nem sempre é rápida.
Eles estão se autodestruindo – e sabem o que fazem, por livre e espontânea vontade. Ninguém é responsável por isso!