Não existe crime perfeito, diz o jargão policial. No caso dos hackers que invadiram os telefones de algumas das principais autoridades da República, ele foi imperfeito demais.
Deixou rastros, envolveu muita gente poderosa e agora a Polícia Federal começa a divulgar alguns dos resultados das investigações. A primeira delas – revelada pela revista Crusoé nesta segunda-feira (23) – foi o diálogo mantido entre Gleen Greenwald, editor do site The Intercept Brasil, e um dos hackers, Luiz Henrique Molição.
Na sequência, o jornal O Globo teve acesso a uma lista de 84 pessoas, cujos telefones sofreram tentativas de invasão pela quadrilha. Ao lado de cada nome, aparece o número de tentativas.
Além de vários procuradores da República, do próprio presidente Jair Bolsonaro e seus dois filhos, Flavio e Eduardo Bolsonaro, aparecem nomes como o de Raquel Dodge, ex-procuradora-geral da República, o ministro do STF, Alexandre de Moraes.
Há também vários jornalistas, como Pedro Bial, da Globo, e Claudio Dantas, do site O Antagonista, entre outros. O grupo foi bem eclético em suas escolhas. E este número pode aumentar porque as investigações ainda não foram concluídas.
O falante americano ficou mudo. Ele, que foi a programas de TV e à Câmara dos Deputados, recebeu homenagens e foi exaltado pelos críticos da Lava-Jato, não publicou em suas mídias sociais absolutamente nada sobre o assunto. Os defensores do “jornalismo criminoso” também estão mudos.
Greenwald sabe que cometeu um grave crime e os que o apoiaram nessa empreitada nada republicana também têm consciência de que são cúmplices.
Esta história ainda terá capítulos surpreendentes. Parabéns à Polícia Federal pelo belo trabalho de enquadrar a quadrilha de hackers, com depósitos milionários em suas contas, que conspirou contra a Lava-Jato, patrimônio nacional.
Nada como um dia depois do outro!